A coletiva do Ministério da Saúde, marcada para o final da tarde desta quarta-feira (13), foi cancelada. Durante a coletiva seriam apresentadas as 'Estratégias de Gestão de Riscos', que detalhariam as diretrizes sobre o distanciamento social para os Estados e municípios. Em nota, o MS informou que o cancelamento se deu porque não houve consenso na construção do plano. "Esse entendimento não foi obtido nas reuniões conduzidas até o momento", diz um trecho.
>> Teich: discussões sobre isolamento têm sido ''polarizadas por interesse pessoal''
A pasta informou ainda que, desde o dia 9 de maio, a estratégia tem sido debatida com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
"Devido a complexidade de organização de orientações para um país continental, observando as diversas realidades locais e cenários diferenciados em relação ao Covid-19, a discussão entre Ministério da Saúde, Conass e Conasems sobre diretrizes será aprofundada", diz um outro trecho da nota divulgada.
Na última segunda-feira (11), o Ministério da Saúde apresentou um esboço da Estratégia de Gestão de Riscos. Segundo o documento apresentado, as premissas das diretrizes são:
- Propósito: Prevenir, proteger, controlar e dar uma resposta de saúde pública contra a propagação local e nacional de doenças.
- Abrangência: Medidas proporcionais e restritas aos riscos de disseminação, adoecimento e gravidade dos casos.
- Decisão: É de responsabilidade da autoridade de saúde local a de tomada de decisão sobre a adoção ou flexibilização medidas não farmacológicas.
- Temporalidade: As medidas adotadas deverão ser monitoradas diariamente e reavaliadas semanalmente pelo gestor do Município, Estado e Distrito Federal.
- Intersetorialidade: O setor saúde deverá se articular com os representantes dos demais setores da sociedade, incluindo a representação civil, de maneira participativa e integrativa.
- Territorialidade: A avaliação de riscos será municipal, regional e estadual, levando em consideração o compartilhamento da rede de atenção à saúde.
A primeira vez em que se foi comentou as diretrizes sobre a flexibilização do isolamento social para os Estados e municípios foi durante a primeira coletiva do ministro da Saúde, Nelson Teich, no dia 22 de abril. Ao lado dos ministros Braga Neto (Casa Civil), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), Teich anunciou alguns dos próximos passos que seriam dados pelo Ministério da Saúde, incluindo a disponibilização das diretrizes.
Durante a coletiva, Teich explicou que, devido ao tamanho do País, as diretrizes não seriam as mesmas para todos os Estados e municípios. "O Brasil é gigante e heterogêneo, não tem como não ser customizadas (as diretrizes) para as diferentes partes do País", comentou. O chefe do Ministério da Saúde disse que tais diretrizes "darão suporte" para que os governadores, prefeitos e secretários "criem as suas próprias estratégias".
No dia 22 de abril, Teich não deu detalhes e explicou que as diretrizes levariam em conta dados como número de casos novos que deverão surgir nas próximas semanas somado aos casos anteriores, recursos humanos, leitos hospitalares no total e quantos estão ocupados.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.