Bolsonarista acusado de atirar fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desse sábado (13), foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) neste domingo (14). Identificado como Renan Silva Sena, o ativista foi abordado por policiais à paisana no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Renan já foi preso, em maio, após ter hostilizado e agredido enfermeiras que estavam protestando na Praça dos Três Poderes. As informações foram publicadas pelo Correio Braziliense.
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Um vídeo do momento da abordagem mostra que Renan estava acompanhado de um grupo de apoiadores do presidente. Membros do grupo tentaram impedir a ação da polícia. Um deles segura na porta dianteira do carro e é arrastado pelo veículo.
Depois de a Polícia efetuar a prisão, um grupo com aproximadamente 25 pessoa, vestido de verde e amarelo e com bandeiras do Brasil, se concentrou em frente ao Complexo da Polícia Cívil e tentou invadir o local. Uma barreira com policiais teve que ser montada para evitar a entrada no local.
Advogada de defesa do acusado, Lis Bety afirmou ao Correio que foi impedida de entrar, pelos agentes. "Eles me falaram que estava tendo uma grande operação e que eu só poderia entrar na unidade se eu identificasse o preso. Ainda não sabemos qual delito ele cometeu e o motivo de estar aqui", disse. Outros quatro advogados também estiveram no local.
No sábado (13) cerca de 20 manifestantes bolsonaristas autodenominados "300 do Brasil" simularam com fogos de artifício um ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os fogos foram disparados às 21h30 na direção do edifício principal do STF, na Praça dos Três Poderes, enquanto os manifestantes xingavam ministros da Suprema Corte.
"Isso para mostrar ao STF e ao (Governo do Distrito Federal) GDF que nós não vamos arregar. Repararam que o ângulo dos fogos está diferente da última vez? Se preparem, Supremo dos bandidos", ameaçou um manifestante em vídeo nas redes sociais.
"Desafiem o povo. Vocês vão cair. Nós vamos derrubar vocês, seus comunistas", ameaça um manifestante em outro vídeo.
A Procuradoria da República no Distrito Federal informou que abriu investigação para apurar a conduta pelos responsáveis pelo lançamento dos fogos. Segundo o MPF-DF, os atos podem ser enquadrados na Lei de Segurança Nacional e nos crimes contra a honra dos ministro.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou hoje (14) que a Corte jamais se sujeitará a nenhum tipo de ameaça. Em nota divulgada à imprensa, Toffoli classificou como “mais um ataque ao STF" o lançamento de fogos de artifício em direção ao prédio da Corte, promovido ontem (13) à noite por um grupo de manifestantes que estava na Praça dos Três Poderes. Segundo o ministro, a atitude simboliza um “ataque a todas as instituições democraticamente constituídas”.
*Com informações de Agência Brasil, Estadão Conteúdo e Correio Braziliense