Em meio à pandemia, Parada da Diversidade é celebrada virtualmente

A parada é a maior manifestação de gênero no mundo e foi realizada através de transmissão no YouTube
Estadão Conteúdo
Douglas Hacknen
Publicado em 14/06/2020 às 21:35
As escolas do país deverão incluir no currículo aulas sobre história dos movimentos LGBTI Foto: Foto: Reprodução


Celebrada desde 1997, a parada do Orgulho LGBT de São Paulo teve que se adaptar à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Realizada, tradicionalmente, no domingo do feriado religioso de Corpus Christi, o evento físico foi adiado para novembro de 2020, mas a data não passou em branco. Virtualmente, 11 canais do YouTube e o GNT exibiram, neste domingo (14), uma parada virtual.

A parada é a maior manifestação do gênero do mundo e começou às 14h. Com duração de oito horas, a festa virtual teve apresentação de Fih e Edu, do Diva Depressão, participam Lorelay Fox, Spartakus Santiago e muitos outros influenciadores. Daniela Mercury e Gloria Groove fazem shows, e Katy Perry também entraram na celebração.

Iluminação especial

O arco-íris que ilumina o céu nas imediações da Avenida Paulista na noite deste domingo, 14, é parte das celebrações da Parada do Orgulho LGBTQIA+, que, pela primeira vez em 24 anos, está sendo realizada de forma virtual por causa da pandemia do novo coronavírus.

Com alcance de 60 quilômetros, a intervenção Global Rainbow, da artista porto-riquenha Yvette Mattern, poderá ser vista ainda nos bairros dos Jardins, Cerqueira César, Bela Vista, Consolação, Sumaré, Perdizes, Pompeia, Vila Anglo, Lapa e Parque São Domingos, dependendo das condições climáticas dessas regiões

Desde 2009, a intervenção já foi vista em Nova York, Berlim e em algumas cidades da França. É a primeira vez que ela é apresentada no Brasil.

Yvette conta que o público costuma reagir de forma "extremamente positiva" diante da atração. "O trabalho é monumental em escala, mas também é muito silencioso, poético e espiritual. Espero que a apresentação seja bonita, poderosa e impactante para a Parada " Ela só lamenta não poder acompanhar o evento.

A iluminação ficará visível das 19h às 22h com alguns intervalos e é promovida por uma marca de salgadinho. "Desde 2017, Doritos Rainbow vem fazendo uma parceria com a Parada, que é a maior do mundo, para ampliar a voz da comunidade e oferecer um aporte financeiro para que o movimento conquiste mais espaço. A gente quer aumentar a rede de apoio e espalhar o amor diante do cenário atípico que estamos vivendo", explica Daniela Cachich, vice-presidente de Marketing da PepsiCo Foods no Brasil.

A iniciativa também tem o objetivo de fazer uma homenagem sem causar aglomerações. "Vamos trabalhar com equipe reduzida e todo aparato de segurança. Vai ter cobertura pelas redes sociais e, como tem essa distância, permite que as pessoas vejam em casa, protegidas. A pessoa consegue ver de um ângulo até mais bonito (em casa)." A marca vai promover ainda uma corrente de beijos e, para cada beijo postado em uma plataforma que vai receber a ação, R$ 1 será doado. A meta é arrecadar 1 milhão de beijos para doar o valor para dez ONGs e instituições que apoiam a causa.

Vice-presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBTSP), Renato Viterbo diz que, com a impossibilidade de realização do evento na Avenida Paulista, tendo em vista o risco de infecção pela covid-19, uma versão virtual está sendo realizada desde as 14 horas e poderá ser vista em 12 canais no YouTube até as 22 horas.

"A gente não podia colocar a população em risco. Além da população LGBT, muitas famílias vão para a Parada. Temos de pensar na saúde das pessoas." Uma versão presencial pode ser realizada em novembro.

Segundo Viterbo, a Parada é exibida pela internet desde 2018 e, no ano passado, teve mais de 6 milhões de visualizações. "Devemos ter mais de 10 milhões de pessoas assistindo nos canais neste ano. Vai ficar na memória de todo mundo."

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