Definições preliminares

Ministério da Saúde define fases de vacinação contra covid-19 no Brasil; veja grupos que serão imunizados

Vacinação deve ocorrer em quatro etapas. Trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos, maiores de 60 que vivam em asilos ou instituições psiquiátricas e população indígena estão na primeira fase

Amanda Azevedo
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Amanda Azevedo
Publicado em 01/12/2020 às 20:04 | Atualizado em 02/12/2020 às 18:37
SILVIO AVILA / AFP
EXPECTATIVA Eficácia de 78% da vacina da Coronavac, anunciada ontem, trouxe esperança para os brasileiros. Não há data do início da imunização - FOTO: SILVIO AVILA / AFP

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (1º), as definições preliminares da estratégia de vacinação contra a covid-19 no País. A imunização, ainda sem data para começar, deve ocorrer em quatro etapas, priorizando idosos, trabalhadores de saúde e população indígena.  A estrutura final do plano só ficará pronta após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrar as primeiras vacinas.

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Veja grupos que serão imunizados em cada fase

Ao todo, nos quatro momentos, serão 109,5 milhões de pessoas imunizadas, com duas doses da vacina. A pasta ainda não divulgou as datas de cada uma das fases.

Primeira fase

Na primeira fase, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas, e população indígena.

Segunda fase

Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos.

Terceira fase

A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares).

Quarta fase

A quarta e última deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.

Doses garantidas de vacinas

O Brasil possui atualmente 142,9 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 garantidas. O País firmou acordo para compra de 100,4 milhões de doses com o consórcio Oxford/Astrazeneca e 42,5 milhões no âmbito do grupo Covax Facility.

No mês passado, a pasta sediou encontros com representantes dos laboratórios Pfizer BioNTech, Moderna, Bharat Biotech (covaxin) e Instituto Gamaleya (sputinik V), que também possuem vacinas em estágio avançado de pesquisa clínica. O ministro Eduardo Pazuello afirmou que nenhuma delas está descartada. “Estamos na prospecção de todas as vacinas. Todas são importantes”, disse.

LUIS ROBAYO/AFP
Ao todo, nos quatro momentos, serão 109,5 milhões de pessoas imunizadas, com duas doses da vacina - LUIS ROBAYO/AFP
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A pasta ainda não divulgou as datas de cada uma das fases - Peter Ilicciev/FioCruz
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A estrutura final do plano só ficará pronta após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrar as primeiras vacinas - WANG ZHAO / AFP

O Ministério da Saúde também informou que negocia novas aquisições de seringas e agulhas para atender à demanda por vacinação. Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério, Francieli Fantinato, no momento, está em andamento processo de compra de 300 milhões de seringas e agulhas no mercado nacional para aplicação das doses, e outras 40 milhões no mercado internacional. Para a aquisição interna, já foi realizada pesquisa de preços e emissão de nota técnica para elaboração do edital de compra, que será lançado na próxima semana, segundo o órgão.

Plano preliminar

O secretário de Vigilância em Saúde da Pasta, Arnaldo Medeiros, destacou que plano apresentado nesta terça-feira (1º) é preliminar. A estrutura final dependerá das vacinas disponibilizadas. “É importante destacar que o plano que está sendo discutido ainda é preliminar e sua validação final vai depender da disponibilidade, licenciamento dos imunizantes e situação epidemiológica de cada região”, disse. Todas essas questões serão relevantes, inclusive, para definição final dos grupos prioritários, onde são levados em consideração os critérios de testes realizados por cada laboratório que disponibilizar vacinas”, explicou.

A discussão a respeito do plano de vacinação abrange, além do Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), a Fiocruz, o Instituto Butantan, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), sociedades médicas, conselhos federais da área da saúde, Médicos Sem Fronteiras e integrantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems).

Ministério da Saúde não espera vacinar toda a população contra a covid-19 em 2021

No dia 27 de novembro, o Ministério da Saúde informou que não prevê vacinar todos os brasileiros contra a covid-19 no próximo ano. A pasta citou a dificuldade mundial de produção das vacinas e o fato de os testes não incluírem todos os públicos, o que impossibilitaria parte da aplicação.  

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco afirmou que a limitação não representará riscos. "O fato de determinados grupos da população não serem imunizados não significa que não estarão seguros porque outros grupos que convivem com aqueles estarão imunizados e dessa forma não vão ter a possibilidade de se contaminar com a doença. É por esse motivo que não vacinamos toda a população, por exemplo, contra a influenza", disse.

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