A Polícia Civil de Minas Gerais informou formalmente a primeira vítima do deslizamento de rochas em Capitólio. Julio Borges Antunes, de 68 anos, nascido em Alpinópolis (MG), já teve o corpo liberado para sepultamento. Houve também a qualificação de outras 9 pessoas que estavam na mesma lancha de Antunes.
Um homem de 40 anos, natural de Betim, que seria o piloto da lancha. Uma mulher de 43 anos, de Cajamar (SP) e sua filha de 18 anos, natural de Paulínia. Um homem de 67 anos, nascido em Anhumas (SP), sua mulher de 57 anos, seu filho de 37 anos e seu neto de 14 anos. Um homem de 24 anos, natural de Campinas e um homem de 24 anos, nascido em Passos.
Segundo o médico legista Marcos Amaral, de Passos, as identificações serão feitas por meio de amostras de DNA, raios-X de arcadas dentárias e outros recursos, com o apoio do Instituto de Identificação de Belo Horizonte. "Como foi um impacto de altíssima energia, os corpos estão bastante prejudicados, o que dificulta o trabalho".
Todos os turistas da lancha estavam em uma pousada em São José da Barra, em Minas Gerais. Segundo Marcos de Souza Pimenta, delegado regional de Passos, o foco do trabalho será continuar a identificação das vítimas, por meio da coleta de material genético dos familiares de primeiro grau, para confrontá-los com os corpos e fragmentos corporais encontrados.
Pimenta informou que esteve no local do acidente no sábado, junto com o perito criminal Rogério Chibata, que segue trabalhando no local junto com o Corpo de Bombeiros e a Marinha. Chibata passou a tarde de ontem coletando e identificando fragmentos corporais.
Causas do acidente
Sobre as causas do desprendimento da rocha, o delegado disse que seria prematuro fazer qualquer declaração. "Uma rocha daquele tamanho não cai de uma hora para outra. É uma ação que leva muito tempo", disse Pimenta. Segundo ele, a Polícia Civil continuará em interlocução com geólogos especialistas no tema.
"Com relação às lanchas, fizemos uma investigação preliminar e constatamos que elas estão aptas a transportar turistas na região", afirmou. Segundo o delegado, se o tempo não estivesse chuvoso, poderia haver entre 50 e 100 pessoas nadando naquele trecho, inclusive crianças.
"Não descartamos a possibilidade da erosão da rocha ter sido provocada pela chuva ou até por um choque pelo som das lanchas que param ali e fazem um escarcéu naquele local", disse Pimenta. "É de conhecimento público que há aglomerações de turistas lá. Esse assunto será analisado pela Marinha, que fiscaliza as águas da Represa de Furnas", disse.