O despejo de resíduos de uma estação elevatória de esgoto da Compesa provocou a interdição da Praia do Cachorro, no centro histórico de Fernando de Noronha. A medida foi tomada nesta quinta, pelo Departamento de Vigilância em Saúde da administração da ilha, depois de constatar a poluição do mar. Funcionários da Gestão de Meio Ambiente estão na praia, orientando moradores e visitantes.
Segundo o gerente da Compesa em Noronha, Djair Pinto, a causa foi a queima de uma das bombas da estação elevatória da Vila dos Remédios na terça-feira, dia em que choveu forte na ilha. Sem o equipamento para bombear os resíduos para a estação de tratamento de esgoto, a cerca de 300 metros de distância da elevatória, aproximadamente 50% dos dejetos coletados na ilha transbordaram para a caixa de areia e foram parar na praia. A situação persiste.
“Já mandamos consertar a bomba no Recife e ela vai chegar aqui hoje, às 16h30 (hora de Noronha)”, garantiu Djair, comentando que pode ter entrado areia no equipamento durante a chuva. O gerente explicou que a bomba, com cerca de 200 quilos, já deveria estar na ilha desde ontem. “Mas o veículo que a transportava ficou preso no protesto dos taxistas, no Recife, e o nosso pessoal perdeu o voo”, lamentou. A previsão, informa Djair, é que a bomba esteja instalada e funcionando por volta das 19h no horário local, adiantado uma hora em relação ao Recife.
O administrador de Fernando de Noronha, Reginaldo Valença Júnior, não soube precisar quando a praia será liberada para banho. “Primeiro, vamos nos reunir com o pessoal da Compesa para avaliar a situação. Mas esperamos poder desinterditá-la amanhã”, disse. O administrador informa que, periodicamente, é feita coleta para análise da qualidade da água do mar.
Em Noronha, que possui em torno de 4,5 mil habitantes, 62% dos domicílios estão ligados à rede de esgoto. A estação elevatória da Vila dos Remédios foi ampliada há apenas três anos, segundo Djair Pinto. “Infelizmente, acidentes acontecem.”
Essa não foi a primeira interdição da Praia do Cachorro, causada por despejo de esgoto. A última ocorrência foi em março do ano passado, depois que uma chuva forte danificou a rede de esgotamento sanitário. A praia foi liberada em 24 horas.