ONG aplica soluções para tornar casas sustentáveis

Projeto da Habitat para a humanidade foi desenvolvido na Bomba do Hemetério e Alto José Bonifácio
Claudia Parente
Publicado em 02/06/2015 às 8:06
Projeto da Habitat para a humanidade foi desenvolvido na Bomba do Hemetério e Alto José Bonifácio Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem


Soluções simples e ambientalmente corretas estão mudando a vida de dez famílias do Alto José Bonifácio e da Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife. Elas foram as primeiras beneficiadas do Projeto Melhorias Habitacionais Sustentáveis, da ONG Habitat para a Humanidade. A partir das demandas da comunidade, a entidade desenvolveu um projeto para reduzir o consumo de água, energia elétrica e aumentar a ventilação natural das moradias. Os resultados começam a surgir.

“Passava o dia todo com o ventilador ligado. Minha casa era muito quente”, conta Maria Lúcia de Santana, 41 anos, que mora com a filha de 6 anos na Bomba do Hemetério. Para reduzir o desconforto da temperatura e o consumo de energia, o pessoal da ONG ampliou a casa, elevou as paredes para aumentar a ventilação e trocou o telhado de brasilit por outro, sem amianto. A saída inovadora para reduzir temperatura interna foi pintar o telhado de branco por fora. “É uma barreira para luz, pois impede que passe totalmente para a casa em forma de calor”, explica o técnico em edificações da ONG Diego Saraiva. “Não tenho do que me queixar. Antes, pagava R$ 60 a 70 por mês de energia. Hoje, pago pouco mais de R$ 30”, comemora Maria Lúcia, que também ganhou torneiras com arejadores para reduzir o consumo de água.

Na casa da aposentada Maria Alves, o problema era o desabastecimento. A pequena caixa-d’água não bastava para atender a demanda dela e do filho. A solução foi simples. A ONG instalou uma calha e um cano de PVC com tela para captar e filtrar a água da chuva, que vai direito para dois reservatórios de 200 litros. “Agora não fico mais sem água”, diz. 

Nem ela nem a dona de casa Valéria da Silva, do Alto José Bonifácio. Valéria também foi contemplada com o sistema de captação de água de chuva e ainda resolveu outro problema incômodo. O imóvel tinha apenas uma janela. Era quente e escuro. “Até de dia eu tinha que acender as luzes”, conta. Para clarear, a ONG instalou telhas translúcidas na cozinha, sala e banheiro e mais cinco janelas, depois de ampliar a casa. “Aqui falta energia sempre. Mas agora tenho a do Sol.”

Cada projeto foi orçado em R$ 4 mil. A ONG doa 30% e a família paga o restante em um ano e oito meses. “O melhor desse projeto é que ele despertou nas pessoas o gosto pela casa. Agora, só pensam em melhorá-la”, destaca Diego Saraiva, informando que a entidade pretende ampliar o trabalho na comunidade.

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