Uma pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco foi escolhida como uma das dez cientistas mais importantes de 2016, de acordo com a revista Nature. Celina Turchi é especialista em doenças infecciosas e foi escolhida após a pesquisa que permitiu descobrir uma conexão entre a microcefalia e o vírus da zika.
Turchi se formou em medicina pela Universidade Federal de Goiás. Ela também se tornou mestre em epidemologia pela London School of Hygiene & Tropical Medicine e doutora pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo. Atualmente, ela atua no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães da Fiocruz em Pernambuco.
No estudo, foram publicados resultados que demonstraram que o surto de microcefalia ocorrido no Brasil em 2015 foi resultado da infecção do zika vítus. Durante a pesquisa, foram colhidas amostras de sangue de 32 recém-nascidos com microcefalia, entre janeiro e maio deste ano, em oito hospitais públicos do Recife, e de 62 bebês nascidos sem microcefalia nas mesmas unidades de saúde e no mesmo período de tempo. Também foram colhidas amostras de líquido cefalorraquidiano dos bebês com a doença, sendo realizadas análises com o vírus da zika e com anticorpos para o mesmo vírus.
Após uma análise foi verificado que 13 dos 32 casos (cerca de 41% das amostras) tiveram resultados positivos para a presença do vírus ou na corrente sanguínea ou no líquido cefalorraquidiano, enquanto que não houve resultado positivo algum para a presença do vírus nos bebês saudáveis. O estudo segue em operação e deve incluir 200 casos de bebês com microcefalia e 400 de bebês sem a doença.