A fase de coleta de dados em campo do Inventário Florestal Nacional (IFN) em Pernambuco chegou ao fim após quase seis meses de atividades. De 16 de março a 31 de agosto de 2017, três equipes percorreram 249 pontos de florestas em todo o estado, distantes 20 quilômetros entre si.
O trabalho incluiu a coleta de material botânico, amostras de solo e dados biofísicos das árvores, para avaliar as condições das florestas. Também foram realizadas entrevistas com moradores das proximidades das localidades pesquisadas, para saber o uso que fazem dos recursos florestais, entre outros aspectos socioambientais.
As amostras botânicas estão sendo identificadas por especialistas do Herbário Dárdano de Andrade-Lima do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), no Recife. O objetivo é conhecer quais as espécies existentes e sua distribuição geográfica. Já as amostras de solo estão sendo analisadas pela Fundação Norte Fluminense de Desenvolvimento Regional (Fundenor).
“Com os resultados do IFN, teremos um amplo diagnóstico das florestas pernambucanas tanto nas áreas de Caatinga quanto de Mata Atlântica”, explica a gerente executiva do Inventário Florestal Nacional, Claudia Rosa, do Serviço Florestal Brasileiro. “E essas informações poderão ser usadas para auxiliar na formulação, implementação e execução de políticas públicas de desenvolvimento, uso e conservação dos recursos florestais”, acrescenta. A previsão é que os resultados sejam divulgados em 2018.
O IFN é coordenado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Em Pernambuco, o levantamento foi realizado com recursos do Projeto GEF (Global Environmental Facility) de Apoio ao IFN, administrados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), num total de cerca de R$ 900 mil. O trabalho também contou com o apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Quase 170 milhões de hectares (20% do País) já foram inventariados, com a coleta de dados tendo sido concluída em 11 Estados – Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro – e no Distrito Federal. Mais de 45 mil amostras de plantas já foram coletadas em cerca de 5 mil pontos de florestas no Brasil.
Neste momento, equipes estão em campo coletando dados no bioma Cerrado nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e também em todo o estado de Roraima. Ainda este ano, o levantamento das florestas deverá ter início em outras regiões.