O total de óleo coletado no litoral pernambucano chegou, nesta quinta-feira (24), a 1.358 toneladas. Ao todo, já são 28 praias atingidas em dez municípios. Todo o material foi levado para o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Pernambuco, localizado em Igarassu.
Nesta quinta-feira (24), a substância foi localizada em oito praias - todas com fragmentos de pequenas proporções - e um estuário: Praia de Jaguaribe, do Pilar e Enseada dos Golfinhos, em Itamaracá; Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho; e Nossa Senhora do Ó, em Paulista.
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Praias afetadas pelo óleo
No total, já são 28 praias afetadas em dez municípios, sendo duas em Tamandaré, uma em Barreiros, cinco em Sirinhaém; quatro em Ipojuca; uma em Rio Formoso; sete no Cabo de Santo Agostinho; uma em Jaboatão dos Guararapes; uma em São José da Coroa Grande; três no Paulista e três na Ilha de Itamaracá.
Coleta e análise de amostras da água das praias atingidas
Equipes do governo de Pernambuco começaram, nesta quinta-feira (24), a recolher amostras de água das praias atingidas. O objetivo é verificar se existe presença de hidrocarbonetos, compostos orgânicos presentes no petróleo e que, em grandes concentrações, podem causar danos à saúde. O material recolhido será encaminhado para análise no laboratório Organomar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que fechou uma parceria com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) para fazer os estudos.
A coleta ocorreu nas praias do Paiva, São José da Coroa Grande, Tamandaré, Carneiros, Maracaípe, Muro Alto, Suape, Itapuama, Gaibú e Pedra do Xaréu. O trabalho é feito por profissionais do laboratório da CPRH, com o apoio dos professores do departamento de Oceanografia da UFPE Gilvan Yogui e Eliete Lamardo, especialistas em poluição marinha por petróleo. A amostra é composta por cerca de um litro de água, coletada no mar a uma distância de, no mínimo, 500 metros da outra.
Nesta sexta-feira (25), a atividade será realizada nas praias do Janga e Pau Amarelo, em Paulista, além do município de Itamaracá.
Casos de intoxicação
Em meio ao desastre do óleo que atinge o litoral nordestino, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que está monitorando casos de intoxicação exógena notificados pelas unidades de saúde de Pernambuco. Até esta quinta-feira (24), eram 19 ocorrências em processo de investigação pelas equipes de Vigilância em Saúde da SES-PE, sendo 17 em São José da Coroa Grande e dois em Ipojuca.
Recomendações
A SES-PE reitera a recomendação de nunca usar solventes, como querosene, gasolina, álcool, acetona e tiner, para remoção, já que esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele. O indicado é que seja usados óleo de cozinha (óleos de origem vegetal), ou outros produtos contendo glicerina ou lanolina. Durante as atividades de retirada do óleo, recomenda-se evitar o contato direto com a substância por meio do uso de máscara descartável; luvas de borracha resistente; botas ou galochas de plástico ou outro material impermeável. Também não se deve usar tênis, chinelo, bota de trilha nem ir descalço. È importante vestir roupas que cubram as pernas e os braços, se possível, de material impermeável. Além disso, não é recomendada a participação de crianças, gestantes e doentes crônicos nos mutirões de limpeza.
Doações
A cada dia, a rede de solidariedade em torno do combate ao óleo que atinge o litoral do Estado aumenta. Do boca a boca às redes sociais, pernambucanos têm se mobilizado para ir a campo, limpar as praias afetadas e arrecadar as doações necessárias para o trabalho dos voluntários. Veja pontos de coleta de doações.