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Cabo de Santo Agostinho cadastra trabalhadores da praia afetados pelo óleo

A partir do cadastro, os casos serão analisados para que os trabalhadores recebam assistência

Carolina Fonsêca
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Carolina Fonsêca
Publicado em 28/10/2019 às 14:59
Foto: Reprodução/TV Jornal
A partir do cadastro, os casos serão analisados para que os trabalhadores recebam assistência - FOTO: Foto: Reprodução/TV Jornal
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Praias vazias e vendas em baixa, enquanto voluntários e funcionários públicos ainda recolhem fragmentos de óleo na areia. Este é o cenário consequente do desastre ambiental que acontece nas praias do Nordeste desde o fim de agosto. Diante desta situação, a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho preparou uma estrutura para cadastrar os trabalhadores da praia, a fim de prestar assistência a quem ficou sem ter como trabalhar depois que as manchas de óleo tomaram o litoral, segundo a TV Jornal. Nesta segunda-feira (28), o atendimento aconteceu na orla de Itapuama, na área das ruínas.

O cadastro é para pescadores, marisqueiros e barraqueiros do Cabo de Santo Agostinho. De acordo com a prefeitura, já são mais de 300 pessoas inscritas no programa social aguardando um posicionamento dos órgãos públicos. Neste primeiro momento, as pessoas identificadas como em alto risco de vulnerabilidade estão recebendo uma cesta básica. 

“Existem pescadores que vivem da pesca artesanal, que pega para consumir, para vender aos barraqueiros da praia. Esses a gente entende como pequenos pescadores que não tem outra fonte de renda e que, a partir do desastre ambiental, entraram em processo de vulnerabilidade”, explicou Edna Gomes Secretária de Projetos Sociais do Cabo. 

Para fazer o cadastro, é necessário levar um documento com foto, CPF e um comprovante de residência. O serviço funciona das 6h às 14h e o ônibus de cadastramento vai percorrer toda a orla da cidade. 

“Estamos fazendo primeiro a identificação da pessoa para em seguida fazer um estudo socioeconômico. Identificamos nível de instrução, renda familiar, composição familiar, para tentar entender como vive essa família e fazer alguma coisa para que ele possa se manter durante esse período que há risco de contaminação”, acrescentou Edna. A secretária reforçou também que o benefício é diferente do seguro - defeso que é pago apenas para pescadores de lagosta.

Todos os cadastros são levados para a Secretaria de Programas Sociais, onde serão analisados pelas assistentes-sociais e psicólogas, em uma análise técnica. Quem for identificado como em risco social grave, que não tem condições de prover o sustento, será atendimento dentro dos programas da Secretaria, que vão desde o fornecimento de cesta básica até a transferência de renda. “Valores e prazos não temos como precisar ainda, mas a gente precisa que o governo do Estado e o governo Federal liberem aporte financeiro porque é uma situação diferenciada”, disse. 

Centro de Referência de Assistência Social

Barraqueira na praia de Itapuama, Glaucia Dias de Lima tem três filhos e sofre com a falta de clientes desde que a praia foi oleada. Ela fez o cadastro nesta segunda-feira e deve receber, a princípio, uma cesta básica para suprir a alimentação da família. Glaucia, assim como os demais cadastrados, foi encaminhada a um Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde terá a situação individualmente analisada. 

 “Está difícil, com três filhos. Vendo água de coco, caldinho, mas não tem cliente desde que começou o desastre. As pessoas estão me ajudando com alimentação, mas fica difícil com três meninos em casa. Fiz o cadastro de barraqueiro para ver se pego uma cesta básica e fui encaminhada para o Cras. Agora vou procurar a assistente-social para ver o que ela vai fazer por mim. Vou hoje mesmo. Espero que o governo ajude, não só a mim, mas a todos que precisam”, contou.

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