Daqui a, aproximadamente, dois meses será realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), teste que influi no futuro de milhares de estudantes de todo o Brasil, pois é utilizado como vestibular por diversas universidades. No dia 5 de outubro, outro evento que afeta a vida de todos os brasileiros vai ocorrer: as eleições. Com o acirramento da corrida eleitoral, temos visto um número cada vez maior de levantamentos realizados por institutos de pesquisa de todo o País, tentando antever os resultados que serão mostrados nas urnas. Nada além de estatística aplicada, assunto que provavelmente estará na prova de matemática e suas tecnologias, no Enem.
Segundo Gustavo Duarte, professor do Colégio Santa Maria, para se conseguir um resultado mais preciso em uma pesquisa é necessário usar o que na matemática se chama de ponderação. “Uma pesquisa bem embasada não pode, por exemplo, pegar 10 eleitores de cada Estado e submetê-los a um questionário. Fazendo isso, presume-se que todos os Estados têm a mesma quantidade de eleitores, o mesmo peso, o que não é verdade. São Paulo, por exemplo, tem muito mais eleitores do que Pernambuco e se essa informação não for considerada, uma diferença entre o resultado do levantamento e o das urnas será verificada”, explicou.
Conforme o professor Almir Serpa, há uma grande possibilidade do Enem abordar o tema, focando na mudança brusca nas pesquisas de intenção de votos de algum candidato no período de campanha. “A prova deve trazer um artigo de jornal ou revista apontando, por exemplo, o crescimento vertiginoso da candidata Marina Silva após a morte de Eduardo Campos. A partir deste dado, ela deve pedir que o estudante calcule, dentro de determinado período, qual a amplitude da amostra destacada”, disse Serpa. Amplitude, lembra Gustavo Duarte, é um dos elementos estudados na estatística, uma medida de dispersão.
GRÁFICOS - Como cerca de 60% do Enem é composto por gráficos, aplicados não somente na prova de matemática, os feras precisam saber interpretar esse tipo de figura. “Os principais gráficos que os estudantes devem conhecer são os de linha, de coluna vertical, de coluna horizontal, de setores e o histograma. No entanto, tão importante quanto conhecê-los, é conseguir interpretá-los com base em um letramento estatístico”, explicou Duarte.
“A leitura de gráficos não é simples e direta como parece e é preciso treino para se chegar a uma agilidade de compreensão. Uma prova como o Enem precisa ser lida com rapidez, pois os enunciados são muito extensos”, afirmou Almir Serpa. “Aconselho meus alunos a lerem a prova em 5 ou 10 minutos e começarem a responder as questões mais fáceis. Deixando para o final as mais difíceis, eles já terão conseguido garantir as respostas das demais”, concluiu o professor.