O Conselho Universitário da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decide, na manhã desta sexta-feira (18), no auditório do Departamento de Energia Nuclear, se atende ao pleito de parte dos alunos da instituição e suspende o calendário acadêmico deste semestre. O colegiado foi convocado pelo reitor Anísio Brasileiro no início da semana, durante negociação com estudantes sobre a desocupação da Faculdade de Direito do Recife (FDR).
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Habitualmente, apenas membros do conselho, como reitor e vice-reitor, pró-reitores, ex-reitores, diretorias de centro, servidores técnicos administrativos, entre outros, participam das reuniões. Os alunos também teriam o direito de integrar o grupo, através de representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), mas como os discentes não elegem uma nova diretoria para o DCE há cerca de uma década, a princípio não poderiam participar do encontro de amanhã.
“Há quase 10 anos lutamos para que os estudantes elejam sua representação formal, mas como eles não conseguem fazer isso, formalmente não têm direito a voto”, explica a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ana Cabral. Apesar disso, os alunos conseguiram que uma exceção fosse aberta pelo reitor, que permitiu que dois estudantes de cada um dos 12 centros acadêmicos da UFPE (10 do Recife, mais Vitória de Santo Antão e Caruaru) participem do conselho. Eles poderão falar, mas votar, não.
Tema de difícil aprovação
Tendo em vista que o calendário acadêmico da UFPE nunca foi suspenso, segundo Ana Cabral, o tema colocado em pauta pelos estudantes será de difícil aprovação pelo conselho. “A cultura da universidade é que, passado o período de paralisação, o calendário seja retomado e os ajustes feitos. Esse procedimento é adotado até porque nem todos os professores estão parados e nem todos os alunos estão sem aulas”, afirmou a pró-reitora.
Ao sair da reunião em que formalizou acordo com os estudantes que ocupavam a FDR, Anísio Brasileiro adiantou que outro tema que será debatido pelo conselho será a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Teto, principal motivo dos protestos dos alunos. “Vamos debater a conjuntura das universidades do País, a PEC, e reafirmar nosso compromisso de negociação permanente, de respeito e cuidado com os estudantes”, diz Anísio. O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) já confirmaram presença.