Famílias devem evitar sobrecarga

Atividades não podem impedir crianças de fazerem coisas básicas
JC Online
Publicado em 31/08/2019 às 9:37
Atividades não podem impedir crianças de fazerem coisas básicas Foto: Luisi Marques/JC360


Para a psicóloga infantil Priscila Bastos, apesar das atividades no contraturno da escola serem importantes, os pais são os principais vigilantes e precisam ficar atentos para não sobrecarregarem os filhos com muitas atividades.

“Uma criança não pode ter uma agenda tão lotada que a impeça de fazer coisas básicas e extremamente importantes como ter o contato com a própria família e, até mesmo, tirar um cochilo. Uma atividade duas vezes na semana, em média, já é suficiente”, orienta a especialista.

“Em geral, natação é bom para algumas alergias, o judô ajuda na disciplina e o vôlei, na parte motora, por isso que a escolha da atividade precisa ser bem analisada pelos pais e profissionais especializados para que ela possa trazer benefícios efetivos para o aluno”, diz a psicóloga. Ela alerta que exageros podem causar o extremo oposto do que é esperado.

“Se uma criança se sente sobrecarregada, ela pode ficar estressada, ter falta de atenção e até baixa autoestima, porque são tantas exigências que ela não dá conta”. “Criança precisa brincar e, especialmente, ter contato com a natureza para desenvolver a curiosidade e conhecer o mundo”, finaliza a psicóloga.

Com força nos braços e habilidade nas pernas, a estudante do 5º ano do Ensino Fundamental Tereza Siqueira, de 11 anos, chega a cinco metros de altura fazendo aula de tecido acrobático duas vezes por semana, em um clube da Zona Norte do Recife. O início do treino começou há quatro meses, após a jovem se sentir inspirada por amigas da turma do colégio.

“A professora já me ensinou a fazer alguns passos bem difíceis e eu estou me divertindo muito. Não gosto de faltar nem chegar atrasada a nenhuma aula, porque eu perco o que tem de interessante e que eu posso aprender”, afirma uma entusiasmada Tereza que, antes da modalidade, já fez natação, ginástica artística e ballet popular.

INCENTIVO MATERNO

Além de amigas da escola, a pré-adolescente também tem a mãe dela, Mariana Siqueira, 39 anos, como colega nas aulas de tecido. “Eu comecei para poder incentivá-la e é muito legal porque posso acompanhar tudo de perto. O tecido é um exercício físico que te dá muito foco, concentração e ensina a importância de seguir regras”, afirma Mariana, que também é mãe de Frederico, 8 anos. Mesmo mais jovem, as atividades extracurriculares também já fazem parte da rotina dele, que é praticante de futsal.

As aulas de tecido acontecem duas vezes por semana e, em outros dois dias, Tereza faz aulas de música, onde aprende a tocar ukulele - um instrumento de cordas, que ganhou de presente do pai. A mãe de Tereza apoia os interesses e as atividades da filha, mas coloca limites.

“O equilíbrio é necessário porque se tiver atividades em todos os horários, isso acaba comprometendo as atividades regulares. As crianças precisam de tempo ocioso até mesmo para tomar decisões, brincar e não cansar. Do contrário, não rendem num canto nem em outro”, pondera Mariana.

Com a aprovação da mãe, Tereza continua se desafiando. Perguntada até quando quer fazer aulas de tecido acrobático, a jovem responde sem titubear: “até ficar bem grande”.

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