Espaço em congresso simula obstáculos para deficientes

Ideia da Fundação Altino Ventura é conscientizar a opulação sobre os problemas e propor mudanças
Da editoria de Cidades
Publicado em 03/09/2014 às 8:06
Ideia da Fundação Altino Ventura é conscientizar a opulação sobre os problemas e propor mudanças Foto: Foto: Rodrigo Carvalho/JC Imagem


Calçadas com buracos e cavaletes com propaganda política e orelhões mal posicionados nas ruas. Estas são algumas das dificuldades das pessoas com deficiência visual. Para conscientizar a população sobre os problemas e propor mudanças, a Fundação Altino Ventura (FAV) instalou um espaço multisensorial no Centro de Convenções, em Olinda, Grande Recife. A atração faz parte do XXI Congresso Brasileiro de Oftalmologia. 

“Este espaço é importante, porque as pessoas sem deficiências não são sensíveis aos problemas de quem tem baixa visão ou cegueira. Através de dinâmicas, elas vão perceber o quanto é difícil viver com estes obstáculos e sem ajuda", afirma a presidente da FAV, Liana Ventura.

No estande, o público terá acesso a quadros táteis. As obras foram feitas por estudantes com necessidades especiais da Escola Municipal Casarão do Barbalho, da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Foram usados tampas de garrafa PET, isopor, palitos de picolé e massa corrida. A professora Cinthya Rozas afirma que a experiência ensinou muito aos alunos. “Não temos estudantes com deficiência visual na escola, ainda vamos recebê-los”, afirma. 

Outra atividade é a trilha, que simula uma calçada com problemas, produzida por estudantes e professores da UniNassau. Com a ajuda de um monitor, a pessoa utiliza uma venda nos olhos e uma bengala e enfrenta vários obstáculos no caminho.

“Escolhemos os obstáculos a partir de pesquisa feita pelo centro universitário sobre acessibilidade no bairro das Graças, no Recife. Os dados apontam que das 82 calçadas da localidade, 35% apresentavam algum destes problemas”, disse o professor Arthur Mendonça.

A dona de casa Maria Raimunda da Silva Fontes aceitou o desafio e fez a trilha. “Senti muita dificuldade, são muitos obstáculos para quem não tem visão. Tenho um filho cego e pude sentir um pouco do que ele sofre.”

A mostra fica aberta ao público desta quarta-feira até sábado (6). Após o evento, os quadros feitos por estudantes serão expostos em unidades da Fundação Altino Ventura.

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