Metroviários fazem greve por segurança

Paralisação por tempo indeterminado, a partir de amanhã, exige mais vigilantes em estações e trens. Para o sindicato, o efetivo de cem homens é insuficiente
Do JC Online
Publicado em 06/10/2014 às 7:49


Cerca de 1, 6 mil ocorrências de assalto, vandalismo e agressão foram registradas nas estações do metrô do Recife, somente este ano, de acordo com a estimativa do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco. Diante desse quadro, a categoria deflagra greve amanhã (7), por tempo indeterminado, pedindo mais segurança. A decisão – tomada em assembleia no último dia 30 – será submetida a novo referendo hoje, às 18h, na Estação Central do Metrô, quando a adesão ao movimento será dimensionada.

“A greve é nossa única alternativa, pois já procuramos todas as instâncias e nenhuma providência foi tomada”, declarou o presidente do sindicato, Diogo Morais. “Deixamos de parar no dia do Galo da Madrugada porque a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) se comprometeu, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PE), a melhorar a segurança nos trens e estações, aditando contrato de terceirizados e firmando convênio com a Polícia Militar, entre outras questões, mas nada foi cumprido. E a situação deve piorar, pois a companhia recebeu comunicado de que terá um corte de R$ 10 milhões no seu orçamento”, avaliou o dirigente.

Além de ampliar o número de terceirizados para atuar na segurança patrimonial e firmar convênio com a PM para a segurança operacional, os metroviários reivindicam a contratação dos mais de 100 aprovados em concurso público este ano. “Na década de 80, o metrô do Recife transportava 80 mil usuários por dia e tinha entre 250 e 300 seguranças. Hoje, com cerca de 400 mil usuários, tem pouco mais de cem pessoas na segurança. E a violência só aumenta”, salientou Diogo Morais.

Os trabalhadores se reuniram com os dirigentes da CBTU no Estado no dia 2 de outubro. “A única questão que o órgão prometeu tratar foi atuar sobre o comércio ambulante dentro dos trens e estações, pois isso aumenta a insegurança. Até facões são vendidos nesse comércio informal”, denuncia o presidente do sindicato. “No último dia 30, houve assalto nas estações Werneck, Barro e Tejipió. Surpresa é quando não há ocorrência no dia. Os empregados trabalham com medo”.

O sindicalista diz que a situação é antiga. “Já recorremos ao Tribunal Regional do Trabalho, aos Ministérios públicos Federal (MPF), Estadual (MPPE) e do Trabalho (MPT), aos Ministérios das Cidades e do Planejamento, Casa Civil e Secretaria-geral da Presidência da República. E ninguém toma providências. Será que estão esperando alguém morrer?”, questionou. 

De acordo com o Sindicato dos Metroviários, atualmente o metrô do Recife tem mais de 1.800 funcionários. Na segurança, são pouco mais de cem, além de 50 terceirizados. “E estes atuam de forma ilegal, pois a Lei diz que esse trabalho é para ser feito por um quadro próprio da CBTU, que tem poder de polícia”, registrou o presidente.

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