Sem obras, canteiro do Rios da Gente vira estacionamento

Iniciadas em setembro de 2013 pelo Estado, até hoje a construção de estações não teve recursos federais liberados
Margarette Andrea
Publicado em 18/10/2014 às 8:24
Iniciadas em setembro de 2013 pelo Estado, até hoje a construção de estações não teve recursos federais liberados Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


De tão atrasadas, as obras de navegabilidade do Rio Capibaribe estão se rendendo à falta de segurança. No canteiro onde funcionará o pátio de manutenção, na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife, os tapumes que cercavam o terreno foram retirados pela construtora, esta semana, depois do roubo de parte da estrutura. Na estação central (perto da Casa da Cultura), o canteiro funciona como estacionamento, com custo de R$ 5 por veículo. Uma forma de evitar roubos, segundo o secretário-executivo de Projetos Especiais da Secretaria Estadual das Cidades (Secid), Sílvio Bompastor.

“A construção das estações está parada, aguardando a liberação de recursos da Caixa Econômica Federal (CEF). Quando for retomada, o estacionamento deixa de existir. Foi o acordo feito”, justifica o secretário. O gestor, no entanto, não soube informar quem fez essa negociação.

Segundo a assessoria de imprensa da Secid, o estacionamento já existia no terreno, que era invadido e foi desapropriado pelo Estado. Não foi informado quem explora o local, onde a reportagem foi impedida de entrar por um guardador de carros. Ele fechou o portão, dizendo estar proibido de falar com a imprensa. Moradores da área ficaram receosos de falar com a reportagem.

Na área do centro de manutenção, fundações de concreto se exibem com a limpeza do mato que cobria tudo. “Havia vigilante no local, mas ele não conseguiu impedir o roubo de 20 metros de tapume e a empresa retirou o restante. Os tapumes serão recolocados quando a obra for retomada”, destaca Bompastor.

O projeto Rios da Gente – que prevê dois ramais de navegação pelo Capibaribe – tem duas frentes de trabalho. A construção de sete estações de embarque e desembarque de passageiros e o centro de manutenção (cujos canteiros de obra foram instalados em setembro de 2013) tem custo de R$ 95 milhões, recursos do PAC da Mobilidade, que até agora não chegaram. “A CEF tem nos pedido várias informações. A última (dia 29) foi a composição dos valores, chamada memória de cálculo, a qual estamos finalizando”, informa o secretário.

A dragagem do rio é outra frente, orçada em R$ 102 milhões, R$ 25 milhões de contrapartida do Estado. A CEF liberou R$ 48,9 milhões, mas a Secid depende da prefeitura para tocar a obra. Na rota Oeste (da BR-101 ao Centro), falta o município remover 832 famílias de palafitas das comunidades dos Coelhos, Roque Santeiro e Vila Brasil. Na rota Norte (da Vila Naval ao Centro), a Secid aguarda autorização da Marinha para construir uma via e uma estação.

A prefeitura informa que 512 moradias serão entregues no primeiro semestre de 2015 e as demais, iniciadas em janeiro. Já a Vila Naval terá projeto de lei com diretrizes urbanísticas, para depois o município negociar com a Marinha.

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