Negociação entre policiais militares e governo nesta quarta acaba sem acordo

Após mais de três horas de negociação, novo encontro foi marcado para segunda. Policiais fazem assembleia na terça
Da editoria de Cidades
Publicado em 04/02/2015 às 21:56
Após mais de três horas de negociação, novo encontro foi marcado para segunda. Policiais fazem assembleia na terça Foto: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


Na tentativa de evitar uma possível paralisação da Polícia Militar e bombeiros no Carnaval, o governo do Estado apresentou às categorias proposta para promoção de 3.791 profissionais, a partir de março, mas as partes ainda não chegaram a acordo. Após mais de três horas de reunião, nesta quarta-feira, na sede da Secretaria de Administração, no Pina, Zona Sul do Recife, um novo encontro foi marcado para a próxima segunda-feira (9), um dia antes da assembleia geral agendada pelos militares.

De acordo com o secretário de Administração, Milton Coelho, o governo está fazendo um esforço para criar novas vagas e atender ao principal pleito dos militares, que é a promoção imediata de todos os soldados com mais de dez anos na função, dos cabos há mais de 20 anos em atuação e dos que estão como sargentos há mais de cinco anos. “Mas não adianta fazer acordo e não cumprir. Temos que trabalhar dentro de nossas possibilidades”, explica o secretário.

A proposta apresentada implicaria num aumento de R$ 50 milhões no orçamento estadual. “É um valor alto, mas necessário. Vamos ter nova reunião com a Secretaria da Fazenda para avaliar até onde podemos ir”, salienta Coelho. Os critérios para selecionar os militares a serem promovidos (já que a proposta não atenderia a todos) não ficaram claros e os representantes das associações preferiram não entrar em detalhes sobre números, alegando que vão discutir sobre eles hoje para apresentar uma contraproposta na segunda-feira. Contudo, falava-se em chegar a 5 mil promoções.

Também houve sinalização do governo em reajustar o vale-alimentação e a gratificação para motoristas, mas os valores não foram fechados. A reivindicação é que o primeiro benefício suba de R$ 154 para R$ 450 e o outro, de R$ 79 para R$ 380. Mas o foco maior são as promoções. “A proposta não foi satisfatória. Nossa ideia é poder melhorar esse quantitativo, evitando, inclusive, que os cinco mil militares a entrarem na reserva até maio saiam sem serem promovidos”, afirma o subtenente Ricardo Lima, diretor de imprensa da Associação de Praças de Pernambuco (Aspra-PE).

O presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Alberison Carlos, ressalta a expectativa de avanço. “O governo deixou claro que não vai poder atender a todos os pleitos no momento, mas mantém a mesa de negociação aberta e isso é bom, pois podemos melhorar os números”, diz. Já o soldado João Santana, presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco (Apebom), acredita que se a proposta for levada aos militares, como está, não será aceita. “Estão todos muito insatisfeitos com a situação”, diz.

A primeira reunião entre os militares e o governo ocorreu no dia 21 de janeiro, quando cerca de 1,5 mil profissionais de segurança se reuniram no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, Grande Recife, saindo em passeata até o Derby, área central do Recife, ameaçando mais uma greve. Na ocasião ficou agendada a assembleia do dia 10, que vai acontecer às 16h, no Parque 13 de Maio, área central da cidade.

O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, já adiantou que, havendo greve, as forças nacionais serão acionadas, como foi feito no ano passado, quando os militares fizeram paralisação de três dias.

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