As Ruas do Príncipe e Oliveira Lima, no bairro da Soledade, Centro do Recife, se transformaram num grande ateliê para mais de 300 grafiteiros que participaram no último final de semana da sétima edição do Festival Internacional de Grafite (Recifusion). Eles deram um novo colorido aos muros do antigo Colégio Nóbrega, da Empresa de Urbanização do Recife (URB) e do Beco do Estudante (que dá acesso à Conde da Boa Vista).
Os muros deveriam ser pintados por 64 convidados que participam do evento, mas os organizadores liberaram o espaço para outros grupos que chegaram ao local. “Fizemos várias atividades para discutir o tema do festival, Conquistando Espaço, Fortalecendo o Traço. Nesta edição, tentamos dar maior protagonismo à presença feminina”, diz o diretor-geral do Recifusion, Johny Cavalcanti, também grafiteiro e participante do 33/Crew, um coletivo que faz grafite, tatoo e design.
O Recifusion começou no dia 14 de março e se encerrou ontem. “Vim acompanhar dois alunos meus que estão pintando aqui e acho muito interessante. O grafite está ganhando muita força”, diz o artista plástico José Santos, que é do Recife, mas mora na Costa Rica (na América Central) há 15 anos. Além dos grafiteiros pernambucanos, o evento contou com a participação de 9 artistas de países como México, Espanha, Uruguai, Canadá, China, Equador e Argentina, além de representantes de mais de 10 Estados.
Apesar de ser uma atividade que tem forte presença masculina, grupos de mulheres fizeram grafitagem nos muros, como é o caso do Poder Feminino Crew. “Comecei a fazer grafite sozinha. É uma forma de expressão que tira muitos jovens do mundo do crime. Tenho vários amigos que saíram desses caminhos por causa do hip hop”, diz Elaine Manoelle Gomes da Silva. Estudante do curso de ciência da computação, ela faz grafite nas horas vagas e é uma das integrantes do Poder Feminino Crew.