Nesta quinta-feira (9), a partir das 18h30, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional abre as portas do escritório técnico da Rua do Amparo para inaugurar a exposição ComeMorar Olinda. Mais do que exibir videoclipes, projeções, vídeos e fotos das casas coloniais da Cidade Alta, a ideia da mostra é aproximar o Iphan dos moradores do Sítio Histórico.
“Nós somos vistos como a instituição que só diz não ou sim. Queremos quebrar esse paradigma. O escritório técnico de Olinda é um local de trabalho, mas também um espaço de interlocução na preservação do patrimônio. Mudamos a linguagem de acesso à população”, declara o superintendente do Iphan em Pernambuco, Frederico Almeida.
A exposição ficará aberta ao público de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Na quinta-feira, haverá projeções na fachada do casarão (Rua do Amparo, 59), além de apresentação da banda Bonsucesso, Maracatu Leão Coroado, Sambadeiras e Ana Lúcia do Coco, na Rua da Bica, a lateral do prédio do Iphan na cidade.
Fernando Lima, diretor do escritório técnico de Olinda acrescenta que a mostra vai ocupar o andar térreo até janeiro de 2016. Mas outras dependências do imóvel de três pavimentos estarão disponíveis para exposições temporárias, debates, oficinas e demais propostas dos habitantes.
"Antigamente, o Iphan trabalhava para a elite, os intelectuais. Isso não acontece mais. O Iphan agora é de todos, incluindo as pessoas que não têm consciência do que representa esse patrimônio tombado", destaca Frederico Almeida. "Nossa proposta é fazer as pessoas entenderem que o Iphan não é o único responsável pela preservação, precisamos socializar essa ideia", afirma o museólogo e curador da mostra, Aluízio Câmara.
O título da exposição, diz ele, é um trocadilho como a expressão como é morar em Olinda. É isso que ele vai expor ao público com fotografias antigas, depoimentos de moradores contando casos e histórias vividas na cidade, videoclipe de artistas que cantam Olinda e exemplos de bons projetos aprovados para casas do Sítio Histórico.
"Há restrições, sim. Mas é possível compatibilizar a moradia antiga com o conforto da modernidade, sem descaracterizar o patrimônio", garante Frederico Almeida.
Na ocasião, haverá o lançamento dos livros Barroco e Rococó das Irejas do Recife e de Olinda (Volume 1 e 2), de autoria das historiadoras Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira (UFRJ) e Emanuela Sousa Ribeiro (UFPE), ex-funcionárias do Iphan.