Os Policiais Civis de Pernambuco paralisam os serviços nesta terça-feira (19) para cobrar melhores condições de trabalho. Com a suspensão dos serviços, que começou à meia-noite da terça-feira (19) até à meia-noite da quarta-feira (20), apenas os atendimentos de flagrantes estarão em funcionamento. A decisão foi tomada em assembleia da categoria, realizada na última quarta-feira (13) após reunião no Palácio do Campo das Princesas.
De acordo com o Sinpol, entre os pontos apresentados na pauta de reivicações estão a fixação da gratificação por função policial em um percentual de 225% para todos os policiais civis do Estado. Além disso, o sindicato também reivindica para a categoria modificações no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) que promovam aumentos salariais por tempo, qualificação e faixa etária. Por fim, os policiais civis pedem que os Peritos Papiloscopistas integrem o Quadro Técnico Policial e que o Governo do Estado realize a reposição inflacionária para o ano base de 2015.
“Apenas os registros e flagrantes das delegacias vão funcionar. O [Instituto de Medicina Legal] IML, o Instituto de Criminalística e o Instituto de Identificação Tavares Buril também vão parar, atuando só para os flagrantes”, explica o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros. Os demais serviços prestados pela Polícia Civil, como a emissão de documentos, registros de Boletins de Ocorrência (BO) e até mesmo a liberação de corpos no IML. A categoria garantiu ao menos 30% de atendimento para flagrantes.
A estrutura de trabalho é considerada insuficiente pelo vice-presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti. "A questão estrutural é péssima. Algumas unidades são insalubres, insuficientes para atender o povo e a própria polícia. O próprio policiamento não tem material de proteção individual suficiente - como colete à prova de bala -, as munições são vencidas, algemas nós (policiais) temos que comprar; tem unidade que só tem uma algema para todo mundo", destaca.
Segundo o sindicato, o próximo passo, caso a negociação não avance, é deixar de cumprir horas extras e, posteriormente, a realização de uma assembleia, que seria organizada no mês de junho, perto da data base da categoria.
MANIFESTAÇÃO - Na última quarta-feira (13), a categoria realizou uma passeata pelas ruas do Centro do Recife para chamar a atenção do Governo do Estado para a pauta de reivindicações. No mesmo dia, foi realizada assembleia para resolver as diretrizes do movimento, que decidiu pela paralisação de 24 horas desta terça-feira (19).