Os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, pediram demissão na última quarta-feira (16). Dos 25 profissionais da Unidade, 21 deixaram os cargos e cumprem aviso prévio. O motivo teria sido o anúncio de uma nova redução no quadro de médicos e a falta de insumos básicos para atendimento.
De acordo com informações, na última quarta feira (16), houve uma reunião entre os coordenadores do Hospital Maria Lucinda, responsável pela administração da UPA, e todos os médicos do serviço com a intenção de discutir as deficiências da unidade e esclarecer a restrição ao atendimento de pacientes, visando atender só os casos graves, que havia acontecido quatro dias antes.
Na ocasião, a direção apresentou um plano de recuperação financeira da unidade que incluía a diminuição de mais um médico clínico e um pediatra. Uma redução semelhante já havia sido realizada, e o quadro de funcionários que contava com quatro médicos clínicos, uma diarista, dois ortopedistas e dois pediatras, já não contava com ortopedistas e não possuíam mais diarista há dois meses.
Além disso, o plano contava com o aumento no número de atendimentos a pacientes, afim de atingir uma meta prevista em contrato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Insatisfeitos com as mudanças, os médicos resolveram se desligar da unidade.
O JC entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde do Recife, que informou, por meio de nota, "que começou a regularizar os repasses para a unidade e que vem dialogando, diretamente com a coordenação do serviço, para que seja garantida a assistência aos pacientes com os devidos insumos e equipe médica adequada à demanda da unidade". Já a administração da UPA informou que a Unidade está passando por uma reestruturação, mas o expediente ainda está sendo definido.
A UPA da Caxangá atende cerca de 11 mil pacientes por mês.