Os alvos da investigação da Polícia Federal, pelo menos por enquanto, são o Consórcio Novo Recife e a Milan Leilões. Mas a Caixa Econômica Federal (CEF) também será investigada, segundo garantiram as delegadas responsáveis pelo inquérito. Foi a instituição financeira quem contratou a paulista Milan para realizar o leilão do terreno da RFFSA. “Isso naturalmente acontecerá. Vamos querer saber como se deu essa contratação e se a instituição tinha conhecimento das fraudes que identificamos no processo do leilão”, explicou a delegada Andrea Pinho.
Leia Também
- Reunião da prefeitura que discutiria sobre o projeto Novo Recife é adiada
- Novo Recife: tráfico de influência no rol de investigação da PF
- PF confirma fraude em leilão do terreno do Projeto Novo Recife e investiga tráfico de influência
- Justiça Federal quer pronunciamento da UFPE, UNICAP, CAU e CREA sobre projeto Novo Recife
Por nota, a CEF esclareceu que atuou exclusivamente como representante legal da União no leilão e que o processo licitatório realizado pelo banco transcorreu dentro da legalidade, de acordo com a legislação da época. A instituição financeira fez questão de ressaltar que o leilão do terreno já tinha sido objeto de investigação pelo MPF e que o inquérito civil público foi arquivado diante da ausência de ilegalidade. “A Caixa está à disposição para contribuir com as investigações”, finaliza a nota.
O Consórcio Novo Recife também enviou nota afirmando que o leilão já havia sido exaustivamente examinado em várias instâncias judiciais, sem que irregularidades fossem encontradas. O texto diz que o Consórcio adquiriu o terreno por um valor superior ao mínimo determinado pelo edital do leilão. “Desta forma, a direção do Consórcio não tem nada a opor à investigação realizada pela Polícia Federal.
Pelo contrário, avalia esse fato como uma oportunidade para esclarecer, em definitivo, qualquer questionamento com relação ao leilão de venda do terreno no Cais José Estelita. Para tanto, coloca-se à disposição para fornecer qualquer documento ou informação que venha a ser solicitada pela PF”, diz a nota. A reportagem não conseguiu contato com a Milan Leilões, que também está sendo alvo da operação em São Paulo.