Crianças e adolescentes das comunidades do Coque e dos Coelhos, na área central do Recife, participam nesta sexta-feira de um ato pela paz na Ponte Joaquim Cardoso, que liga as duas comunidades. A décima edição da caminhada Uma Ponte Para Paz é organizada pela Casa de Frei Francisco – braço social do Instituto Dom Hélder – e tem o objetivo de estimular a convivência entre os jovens das duas localidades. O evento espera ainda chamar atenção para os problemas financeiros enfrentados pela ONG, que tem tido dificuldade em se manter pela falta de doações.
A caminhada teve início em 2005 e, nesses dez anos, vem mudando a realidade da região. “A entidade está localizada nos Coelhos, mas grande parte dos alunos são moradores do Coque, comunidades que tem histórico de rivalidade. No passado, ocorriam vários atos de violência com os garotos que tentavam sair de um local para o outro. Por isso, decidimos criar uma ação para propagar a cultura da paz”, lembra a coordenadora da Casa de Frei Francisco, Adriana Moreira.
Moradora do Coque, Gabriela Sandreli, 22 anos, participou da primeira caminhada Uma Ponte Para Paz como aluna e hoje trabalha como orientadora social na entidade. “A rixa entre as comunidade era passada de geração em geração, mas a Casa de Frei Francisco nos transmitiu o conceito de paz, trabalhando com as crianças e pensando no futuro. Nossa realidade agora é outra, não vemos mais a rivalidade de antes", diz.
Por volta das 9h, integrantes de pelo menos 20 instituições filantrópicas e dez escolas públicas da regiam saem das entidades em direção à ponte. No local, os participantes realizam um abraço simbólico entre as duas comunidades e comemoram a ação com músicas tocadas pelo cantor Almir Rouche e soltura de pombas brancas.
A ENTIDADE - Criada em 2000, a entidade oferece reforço escolar para meninos e meninas com idades entre 6 e 17 anos. Hoje, a ONG atende 120 jovens, que têm aulas de leitura, raciocínio lógico, esportes e informática. “A Casa de Frei Francisco dá oportunidades para jovens como eu. Mudei completamente depois de entrar aqui, agora eu tenho mais consciência de que devo pensar no meu futuro. Parei de perturbar e comecei a estudar”, comenta o estudante Emerson Santos, 15 anos. A entidade, no entanto, passa por problemas financeiros.
“Conseguimos apoio da prefeitura através de um edital, mas a quantia não é suficiente para cobrir todos os gastos e a ONG precisa de doações particulares para sobreviver”, enfatiza Adriana Moreira. Os interessados em conhecer o projeto e ajudar, podem entrar em contato através do telefone (81) 3231.6215. Doações podem ser realizadas por meio de depósito na conta 29242-7, agência 3505x do Banco do Brasil.