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O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) confirmará, até a próxima quarta-feira (30), a espécie do tubarão que atacou o turista paranaense Márcio de Castro, 32, na última segunda (21) no arquipélago de Fernando de Noronha. De acordo com o pesquisador do órgão Jonas Rodrigues, a análise está sendo feita baseada em um estudo publicado em 2013 pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) sobre os tipos de mordidas das variadas espécies do animal. O Cemit esteve no local investigando o caso entre a quarta (24) e a quinta (25).
Jonas Rodrigues informou, ainda, que um relatório está sendo elaborado sobre o caso com medidas para evitar outros ataques na ilha. A principal providência, segundo ele, é a restrição do horário de funcionamento de todas as praias de Noronha. O documento também deve ser entregue à administração do local até a quarta. “Por enquanto, somente a Baía do Sueste, onde aconteceu o incidente, está funcionando com horário reduzido, mas isso deve se estender a todo o litoral da ilha. Infelizmente, o risco de ataques está presente em todas as praias do mundo”, disse.
A Baía do Sueste foi reaberta para visitação nesta sexta-feira (25), mas com restrições. Só é permitido o acesso à praia das 10h às 15h e para mergulhar com snorkel é preciso estar acompanhado de guias credenciados. As restrições seguem até o dia 5 de janeiro, segundo a administração do arquipélago, que abriga um Parque Nacional Marinho e uma Área de Proteção Ambiental.
TUBARÃO-TIGRE
A espécie que provavelmente atacou o paranaense é o tubarão-tigre. O pesquisador de tubarões Leonardo Veras justifica as suspeitas de acordo com as características dos tipos presentes em Noronha. “Avistamos quatro espécies do animal na ilha: o tubarão lixa, o tubarão limão, o tubarão dos recifes e o tubarão tigre. Desses, três tipos interagem diariamente com os mergulhadores e banhistas. Só o tubarão tigre não é assim”, disse. “Ele passa o dia em regiões afastadas e, durante a noite, se aproxima do litoral. Além disso, as marcas da mordida, descritas pelos médicos que atenderam a vítima, só confirmam a tese. O tipo de corte se assemelha a uma guilhotina e é capaz de quebrar os ossos”, acrescentou.