Feira do Bom Jesus, sem apoio da PCR, terá que arcar com iluminação

Celpe chegou a cortar a luz, mas artesãos estão tentando solucionar a situação
JC Online
Publicado em 22/05/2016 às 18:02
Celpe chegou a cortar a luz, mas artesãos estão tentando solucionar a situação Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Os profissionais que comercializam seus trabalhos na tradicional Feira do Bom Jesus (ou Domingo na Rua, nome original do projeto) tiveram uma surpresa neste domingo (22). A luz do evento chegou a ser cortada pela Celpe, mas logo foi religada devido aos esforços da criadora do evento, Tereza Lucena. O problema se deu porque, pela primeira vez nos dezessete anos de atividades, a Prefeitura do Recife não irá mais arcar com os custos da iluminação. Agora, serão os feirantes os responsáveis.

De acordo com Tereza Lucena, a decisão da Prefeitura de não mais se responsabilizar pela conta de luz do evento foi informada recentemente, sem tempo hábil para que eles pudessem se organizar. Ainda assim, ela conversou com a Celpe e agora vai atrás, junto à PCR, de permissão para uso do solo, condição que permitiria a instalação de um contador de energia e o posterior pagamento da fatura de consumo.

"Iremos pagar, mas há uma burocracia para isso. Primeiro, temos que levar um documento para a Prefeitura para conseguir a permissão de uso do solo. Para isso, cada barraca terá que pagar R$ 84 reais por mês. É um custo alto, que muitos não poderão pagar, pois a situação não está boa. O movimento caiu por conta da crise e pelos recentes ocorridos no Bairro do Recife", pontua Tereza.

A organizadora disse que durante a semana irá atrás de solução para a questão e imagina que tudo estará solucionado até o domingo (29). Alguns dos expositores, no entanto, se mostraram insatisfeitos com a decisão da Prefeitura, pois acreditam que o incentivo é necessário para manter o projeto, que movimenta a economia local e também o turismo na região.

"Temos sofrido muito com a situação de abandono da área (Bairro do Recife). Com os casos de violência, as pessoas tem tido medo de vir para cá, o movimento caiu e foi acentuado pela crise. O poder público, tanto municipal quanto estadual, tem que garantir segurança, iluminação, enfim, condições para trabalharmos", acredita a artesã Patrícia Emília, que trabalha na Feira do Bom Jesus há 9 anos. "Se você vai para Curitiba, Belém, Belo Horizontes, as feiras de lá são enormes, são verdadeiras atrações culturais e turísticas. Aqui, estamos esquecidos. Será que a feirinha vai se acabar por descaso?", indaga.

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