A rebelião na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste do Estado, foi controlada por volta das 21h deste sábado (23). A confusão começou por volta das 16h30. Embora o governo não tenha confirmado óbitos, a informação é de que houve mortos. Nas redes sociais circularam vídeos e fotos de corpos que seriam de detentos. A unidade prisional é está superlotada. Tem 1.850 detentos, mas a capacidade é para 320.
O Batalhão de Choque chegou à unidade prisional por volta das 22h30. A demora para se deslocar do recife para Caruaru é que o efetivo estava no Arruda, no jogo do Santa Cruz contra o Coritiba.
“Se aconteceu algum óbito, vamos investigar. Será aberto inquérito. Não vamos abrir mão de punir quem praticou homicídio”, declarou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, pouco depois de o motim ser controlado. Ele chegou em Caruaru no início da noite para negociar com os rebelados. “Recebemos uma comissão de presos. Eles concordaram em voltar para as celas. Amanhã (domingo) abriremos para as visitas”, afirmou o secretário, por volta das 21h.
Veja a entrevista de Pedro Eurico, captada pelo site fan page do Facebook Caruaru no Face:
“Quero deixar claro que aqui em Pernambuco o comando do sistema penitenciário é do Estado, do governo. Não existe comando paralelo. Preso não manda na cadeia”, destacou Pedro Eurico. Sobre a motivação da rebelião, o secretário disse que um grupo de detentos está promovendo violência na unidade prisional.
“Eles não aceitaram a transferência de um desses presos, feita essa semana, e por isso começaram a rebelião”, observou. Conforme Pedro Eurico, será avaliada a situação de cada detento para decidir se haverá transferências por causa do motim.
Para conter os rebelados foram acionados mais de 100 policiais militares, além do Corpo de Bombeiros, já que os presos tocaram fogo dentro da unidade. Participaram homens do 4º BPM , do Batalhão Especializado do Interior, Gati (vindos de várias cidades próximas de Caruaru) e Patrulhas do Bairro. O Samu também enviou viaturas. Do lado de fora o clima ficou tenso em vários momentos porque familiares dos presos queriam notícias. Uma ambulância do Samu chegou a ser apedrejada.
Sábado é dia de visitas na unidade prisional. Do lado de fora do presídio há muitos curiosos e parentes de presos.
Relatório da Human Rights Watch (HRW), entidade internacional, apontou, ano passado, que Pernambuco tinha as prisões mais superlotadas do País. Segundo o estudo, em Pernambuco havia, em 2015, quase 32 mil presos em unidades que somavam 10,5 mil vagas.