Moradores cobram retomada de obra da Praça de Esportes e Cultura Caxangá

Projetada para ocupar o terreno da antiga fábrica de estopas da Avenida Caxangá, praça deveria ter sido entregue em junho do ano passado
Da editoria de Cidades
Publicado em 22/08/2016 às 7:30
Projetada para ocupar o terreno da antiga fábrica de estopas da Avenida Caxangá, praça deveria ter sido entregue em junho do ano passado Foto: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


A entrega estava prevista para o dia 11 de junho do ano passado, porém, mais de um ano depois, a Praça de Esportes e Cultura prometida para o terreno da antiga fábrica de estopa da Avenida Caxangá, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, não passa de muito mato e promessas. Os moradores das comunidades vizinhas, que seriam beneficiados com a obra, reclamam da demora e se mobilizam para cobrar da Prefeitura do Recife a conclusão do espaço na área de quase 16 mil m², que, além dos equipamentos de lazer, contará com escola, biblioteca, Centro de Referência da Assistência Social (Cras) e uma UPA. 

Em março do ano passado, o JC já havia relatado a insatisfação dos moradores. Na véspera do aniversário do Recife, no dia 11 de março, eles protestaram com um bolo em frente à fábrica, retratando a espera de um ano pelo início das obras. No dia previsto para entrega, mais uma manifestação. Dessa vez, plantaram uma árvore na calçada para marcar a data e simbolizar resistência. A árvore cresceu, e o mato existente no terreno também. Uma estrutura de concreto inacabada é a única marca de que houve movimentação de obra no canteiro. De acordo com os moradores só durou cinco meses, entre maio e outubro de 2015.

“Essa obra está abandonada e a Empresa de Urbanização do Recife (URB) até agora não se posicionou. O diálogo com a Prefeitura não é dos melhores, eles sentam conosco, nos dão encaminhamentos e prazos, mas esses prazos não são cumpridos”, conta o coordenador da Casa Comunidade, Ângelo Felipe Bezerra. A entidade realiza trabalhos sociais na comunidade Sítio do Berardo, vizinha à obra. 

“Já fomos ao Ministério Público (MPPE), fizemos denúncias e protestos. Não vamos fazer nada agora para não dar conotação eleitoral, mas, passando o período, estudamos ocupar o terreno e dar um uso para a comunidade. Pelo menos um campinho de futebol vamos fazer”, prevê o líder comunitário. 

Outra polêmica que envolve o projeto é a demolição do muro e da caixa d’água da fábrica. As estruturas seriam reaproveitadas no projeto original, mas, segundo os moradores, foram condenadas pela URB. “Consideramos o muro e a caixa d’água patrimônios da fábrica, mas, por segurança e para acelerar a obra, autorizamos a derrubada. Isso foi nos dito no começo do ano, mas até agora nada foi feito. Além disso, a calçada em frente ao muro é um ponto de assalto, já que não tem iluminação pública”, relata o morador Tony de Jesus. 

Em nota, a URB esclarece que a obra da praça será relicitada ainda este ano. Sobre a demolição do muro e da caixa d’água, a empresa está realizando estudos para adequação do projeto às demandas da comunidade. A obra, orçada em R$ 5,5 milhões, tem participação do Governo Federal e prevê a construção de um anfiteatro, espaços para diversos esportes, bicicletário e área para ginástica. Segundo a Prefeitura do Recife, os demais equipamentos possuem projetos executivos prontos, mas aguardam a relicitação da praça para também serem licitados. Atualmente funciona no terreno a Creche-Escola Recife Alcides Tedesco, inaugurada em maio de 2013.

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