Terminais em prédios públicos também são alvo das quadrilhas de ataques a bancos

De janeiro a outubro deste ano foram 108 crimes do tipo em Pernambuco
Talita Barbosa
Publicado em 06/12/2016 às 9:58
De janeiro a outubro deste ano foram 108 crimes do tipo em Pernambuco Foto: Foto: Divulgação


Ações criminosas marcadas pela violência e ousadia viraram rotina em Pernambuco. Ontem, as investidas contra uma agência do banco Santander, em Afogados, Zona Oeste do Recife e um caixa eletrônico do Bradesco, no prédio da Justiça do Trabalho, na Imbiribeira, Zona Sul, engrossaram as estatísticas. De janeiro a outubro deste ano foram 108 crimes do tipo em Pernambuco, segundo a Polícia Civil.

“Se cair um alfinete no chão os funcionários se assustam. Estamos encaminhando carta à Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco) para tentar alguma ação conjunta com os municípios. A sociedade e nós, que trabalhamos sob o medo, cobramos ações efetivas”, afirma a presidente do Sindicato dos Bancários, Suzineide Rodrigues.

As ações contra prédios públicos já são reincidentes. O primeiro alvo foi a Procuradoria Regional da Fazenda, no Espinheiro, Zona Norte, em agosto

Enquanto a polícia ressalta o trabalho da força-tarefa criada para investigar os casos, os bandidos aperfeiçoam as técnicas. No Santander, nem cobriram os rostos. Na Justiça do Trabalho, mostraram conhecer como funcionava o local. Sabiam onde ficavam as câmeras de segurança e tinham informações desconhecidas até pela maioria dos que trabalham no prédio. 

No Santander, o crime ocorreu por volta das 10h, pouco depois do início do expediente e logo após a agência ter sido abastecida por um carro-forte. Os três suspeitos fugiram em motos, levando o dinheiro de nove caixas e as armas dos vigilantes. A mesma agência havia sido assaltada em julho. Até o início da noite de ontem, ninguém foi preso. Já a ação no prédio da Justiça do Trabalho ocorreu por volta de 1h30. Os bandidos renderam dois vigilantes e um funcionário de uma obra no local. Segundo a polícia, o objetivo do bando, formado por 10 pessoas, era levar o caixa e não apenas abrir o cofre do terminal de autoatendimento. O grupo portava cilindros de gás e maçaricos. Como não conseguiram levar o caixa eletrônico, fugiram com coletes balísticos, duas armas e os equipamentos que guardavam as imagens das câmeras de segurança. A polícia chegou por volta das 4h e. Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso. No imóvel invadido funcionam 23 Varas do Trabalho e circulam, diariamente, até 4 mil pessoas. O órgão volta a funcionar hoje.

Reincidência

As ações contra prédios públicos já são reincidentes. O primeiro alvo foi a Procuradoria Regional da Fazenda, no Espinheiro, Zona Norte, em agosto. Os suspeitos explodiram um caixa eletrônico no térreo do edifício, que suspendeu as atividades por seis dias e levou um mês para ser reformado. Na semana passada, bandidos tentaram roubar o caixa de um prédio da Compesa, na Cabanga, área central. Em novembro, o alvo foi o Centro de Convenções, em Olinda, no Grande Recife, onde funcionam empresas do governo, secretarias e teatros.

A Polícia Civil e a Secretaria de Defesa Social (SDS), afirmam ter desarticulado 13 quadrilhas de crimes contra instituições financeiras e prendido 91 pessoas. 


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