A diretoria do Hospital Miguel Arraes (HMA) divulgou uma nota sobre o estado de saúde do jovem Edvaldo da Silva Alves, baleado por um policial militar em Itambé, na Zona da Mata (TV Jornal mostra momento em que o jovem é atingido pelo tiro; assista ao vídeo abaixo também). De acordo com a unidade de saúde, ele ainda encontra-se na UTI, mas "apresentou uma pequena melhora".
A nota, enviada pela assessoria de comunicação do HMA, informa ainda que Edvaldo "deve ser submetido neste domingo a um procedimento para retirada de compressas colocadas em cirurgia para estancar sangramentos".
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Um aviso, colocado no balcão da portaria da UTI e reforçado via assessoria do Hospital Miguel Arraes, destaca que "visitas ao paciente estão restritas à família, nos horários determinados pelo hospital".
Em conversa com a reportagem do JC, familiares de Edvaldo informaram que vão entrar na Justiça. "Eles nos procuraram e pediram para deixar pra lá", informou o José Roberto da Silva, irmão do jovem baleado.
Um novo boletim deve ser enviado nesta segunda-feira (20) ou quando e se houver alteração no estado de saúde de Edvaldo, informa a assessoria do Hospital Miguel Arraes.
Edvaldo estava protestando ao lado de outros moradores de Itambém na tarde da última sexta-feira, quando foi vítima de um disparo de arma de fogo. Segundo uma testemunha, o ato era pacífico e os manifestantes estavam à espera da chegada da imprensa. Os policiais chegaram e teriam ordenado o fim da manifestação.
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No vídeo que repercutiu na internet, é possível ver o jovem falando com uma mulher que, segundo uma testemunha, que preferiu não se identificar, estava com medo das ameaças da polícia e queria ir embora.
Edvaldo se negou a sair e, neste momento, um policial aparece nas imagens perguntando: "é esse que vai levar o tiro primeiro?". Em seguida, outro policial efetua o disparo. A vítima ainda é arrastada pelo asfalto e agredida por um policial militar.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou que determinou abertura de inquérito policial e procedimento administrativo para apurar a ocorrência. O órgão não soube informar se o policial militar foi afastado das atividades enquanto a investigação ocorre.
A reportagem do JC tentou entrar em contato com o comando do Batalhão de Goiana, responsável pelo efetivo policial militar em Itambé, mas não obteve retorno. Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que está aguardado uma posição da Corregedoria e que "vale a nota da SDS".