Homem morto em desabamento de supermercado é enterrado neste domingo

Atacarejo Ideal está interditado e ainda tem trechos que podem despencar
Cidades
Publicado em 02/04/2017 às 7:43
Atacarejo Ideal está interditado e ainda tem trechos que podem despencar Foto: Jedson Nóbrega/JC Imagem


O caminhoneiro Amilton Porfírio Florêncio, de 44 anos, que morreu soterrado no desabamento de uma laje do Atacarejo Ideal, no Jordão, Zona Sul do Recife, anteontem, vai ser enterrado às 13h de hoje, no Memorial Guararapes, em Jaboatão, no Grande Recife. Ontem pela manhã, a Defesa Civil realizou perícia no local e constatou que ainda há pontos da estrutura comprometidos, como a parede lateral, e recomendou ao proprietário providências imediatas, com acompanhamento de um engenheiro.

“Não há risco de desabamento total da estrutura, mas trechos comprometidos. Parte da laje que ficou precisa ser escorada e até mesmo a retirada do material que ainda está lá dentro (o volume é grande) deve ser feita com acompanhamento de um profissional”, explicou a gerente de engenharia da Defesa Civil, Elaine Holanda. O imóvel está interditado até que as recomendações sejam cumpridas.

O acidente aconteceu às 10h20 e oito pessoas foram socorridas pelos bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a maioria com ferimentos leves. O caminhoneiro ficou soterrado durante nove horas, para desespero da família, que aguardava do lado de fora com esperança de encontrá-lo vivo. As buscas por outras possíveis vítimas continuaram até pouco depois da 1h, quando tal hipótese foi descartada e todas as equipes se desmobilizaram.

Pela manhã, muita gente ainda revirava os materiais retirados de dentro do supermercado e descartados na calçada. “Levaram quase tudo às 2h, teve gente saindo de carroça cheia. Eu não pude vir porque estava trabalhando. Peguei pouca coisa, mas veja: um ki-suco custa R$ 1,20 e não tenho dinheiro para comprar”, disse uma senhora que carregava duas sacolas com alimentos e produtos de limpeza e preferiu não se identificar.

REVOLTA

O corpo de Amilton foi velado na Igreja Batista Central do Jordão, já ontem à noite, sob muita comoção e revolta. A família acusa o proprietário do supermercado de atrasar as buscas tentando salvar mercadorias. O advogado dele, Lucas Pacheco, lamenta o ocorrido e afirma que os feridos e os familiares de Amilton estão sendo assistidos financeiramente. “A empresa foi tão prejudicada quanto as vítimas, tirando a questão da que, infelizmente, perdeu a vida. Mas o imóvel era alugado e o prejuízo foi grande”.

O advogado salienta que a documentação referente ao município estava regular. “Essa questão de o alvará dos bombeiros estar atrasado desde setembro ainda não confirmamos porque o escritório ficava em cima da laje e só vamos fazer levantamento na segunda-feira. Mas isso não interfere em nada, pois não houve nenhuma reforma recente e antes já funcionaram dois supermercados ali”.

 

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