A chuva também trouxe transtornos no Grande Recife, principalmente em locais que já sofrem constantemente com alagados, como é o caso da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, e da Avenida Correia de Brito, em Sítio Novo, no limite entre Recife e Olinda. Nessa última, os ônibus deixaram de passar no trecho mais esburacado desde a última quarta-feira (28/06), porque a água provocou o aumento das crateras existentes na rua. O Cabo de Santo Agostinho foi a cidade onde mais choveu em todo o Estado nas últimas 24 horas, segundo informações da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac).
Até as 16 horas deste sábado, choveu 119 milímetros no Cabo de Santo Agostinho. Essa quantia corresponde a 41,9% da média prevista para o mês de julho naquele município que é de 284,2 mm. Os bairros mais alagados foram Sapucaia e Pontes dos Carvalhos com muitas ruas que ficaram intransitáveis por causa do acúmulo de água.
A segunda cidade que registrou mais chuvas foi Escada, na Mata Sul, com o registro de 111 milímetros entre as 16h deste sábado (01/07) e o mesmo horário da sexta-feira (30/06). Esse total representou 46% da média de chuvas prevista para o mês de julho que é 242,2 milímetros. Ainda de acordo com as informações da Apac, em Olinda e Recife foram registrados, respectivamente, 37 mm e 41mm no mesmo período, enquanto a média de chuvas prevista para as duas cidades em julho são: 370,6 e 385,3.
Os problemas de deslocamento aumentaram em locais como a Avenida Presidente Kennedy na qual o esgoto invade a via mesmo sem chuva. “Toda vez que chove é assim. O movimento da loja já tá fraco e reduziu em 40% por causa dessa chuva. A gente fica sem puder trabalhar”, diz o vendedor Edmilson Ferreira, que trabalha numa loja de auto peças. E acrescenta: “Tem loja aqui fechando às 11 horas da manhã quando chove, porque a água vai entrando”, conta. Pelo menos dois locais apresentaram maiores alagamentos ontem, um nas imediações do antigo Centro da Moda e o outro próximo ao Magazine do Lar. Em ambos, os veículos passavam devagar por causa da água.
As chuvas da última semana pioraram a situação da Avenida Correia de Brito, em Sítio Novo, no limite entre Recife e Olinda. Os moradores do local não podem mais pegar ônibus, porque eles deixaram de passar num trecho em que há várias crateras. “Pelo menos quatro ônibus se quebraram aqui esta semana. Caiu o movimento (da loja). Os políticos em casa e a gente aqui dentro da água”, diz a vendedora Simone Medeiros, que trabalha numa lojinha onde a rua se transforma em vários buracos juntos.
No mesmo local, o comerciante Amaury Leandro tem uma lojinha de miudezas. “A situação aqui só não está pior porque os próprios moradores colocaram barro nos buracos. Nesse trecho, todos os esgotos estão entupidos. Desde abril, a rua está desse jeito e só faz piorar com as chuvas. As pessoas caem, quando vem de bicicleta, de moto. É um transtorno”, lamenta.