Em ato por mais paz no trânsito e como homenagem à servidora do Poder Judiciário Maria Emília Guimarães Silveira, 39 anos (morta em acidente junto com o filho Miguel Arruda Neto, 3, e a babá Roseana Maria de Brito, 23), amigos e colegas de trabalho da vítima distribuíram duas mil rosas e panfletos educativos, na tarde desta terça, no entorno do Fórum Paula Batista, no Centro do Recife, onde Emília trabalhava há oito anos.
Uma missa também foi celebrada por Dom Marcelo, no Palácio da Justiça, no final da tarde, culminando com a soltura de balões brancos dentro do prédio. Os pais e a irmã de Emília acompanharam todas as homenagens, mas disseram não ter condições de falar com a imprensa.
Antes de entregar as rosas com um panfleto produzido pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), os participantes rezaram o Pai Nosso e a Ave Maria e cantaram a oração de São Francisco, puxados pela cantora Cristina Amaral, momento de muita emoção. “Podia ser com qualquer um de nós, eu tenho chorado muito”, declarou a cantora.
O marido de Emília, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, 46, que está internado no Hospital Santa Joana, mandou um buquê de rosas como forma de também homenagear a esposa. “Colocamos no birô dela e vamos ficar cuidando e trocando as flores”, declarou Marco Albuquerque, presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça e um dos organizadores do ato.
“Queremos conscientizar as pessoas de que dirigir alcoolizado é o mesmo que colocar um fuzil nas mãos de um assassino. E apelamos tambem para que não divulguem os locais de blitz”, declarou Marco. “Esse tipo de acidente não pode passar despercebido pela sociedade”, complementou Roberto Santos, presidente da Associação de Servidores do Judiciário. Ambos salientaram que Maria Emília era uma profissional dedicada, que deixou um vazio grande.
A irmã e os pais da servidora receberam muitos abraços e palavras de conforto, entre eles da recepcionista Andrea Cristina do Nascimento. “Eu disse a eles que a justiça dos homens é falha, mas a de Deus não”, contou. Ela falou ter visto Emília pela última vez dois dias antes do acidente. “Ela estava brincalhona como nunca”.
A filha de Emília, Marcela Guimarães da Motta Silveira, 5 anos, que teve traumatismo cranioencefálico, permanece na UTI pediátrica do Santa Joana, em como induzido. Seu quadro é considerado estável e ela já reagiu a estímulos. O pai, que sofreu traumas no tórax e abdômen, está evoluindo bem e já visita a filha, o que, segundo familiares, o revigorou.