O amor, o acolhimento e a solidariedade oferecida pelo abrigo Lar do Neném foi o que motivou as mais de 200 pessoas que estiveram no Arcádia de Boa Viagem, na zona Sul do Recife, irem prestigiar o sétimo bazar solidário da entidade. A ação foi de segunda-feira até esta terça-feira (30), e marcou o encerramento das atividades do abrigo neste ano em que completa quatro décadas de auxílio e suporte às crianças.
No bazar, entre as mais de 18 lojinhas montadas no interior da casa de festas havia comidas, enxovais, essências, louças, roupas, plantas; uma variedade de itens. Apenas três estandes eram do Lar do Neném, o de comida gourmet, o de itens produzidos pelo abrigo e o brechó beneficente. Todos outros estandes eram de designers e artesãos que pagaram um valor para terem um espaço de vendas durante os dois dias do bazar.
Olhando atentamente a cada item dos estandes estava a aposentada Rose Moraes, 70, que ainda não havia decidido o que iria levar para. “Vim com o propósito de ajudar. Sempre que sei de um bazar para ajudar alguma instituição de caridade eu vou. E isso engrandece . Saber que estamos contribuindo para que esses lugares continuem a plantar o bem”, contou alegre Rose. “São muitas coisas bonitas, não sei nem o que levarei primeiro”, brincou.
Para a presidente do Lar do Neném, Tuti Moury, a evolução do bazar e a continuidade deste tipo de ação ao longo desses sete anos é reflexo de um trabalho bem feito pelo Lar. “É uma ideia que realmente deu certo. O bazar começou pequeno, num salão de festa de um prédio. Depois foi crescendo e há três anos o Arcádia abre as portas para a gente. É um trabalho que fazemos por amor, mas precisamos ter como nos manter”, observou Tuti. “Nós temos uma localização muito boa. Ficamos numa área com muitas casas e diariamente recebemos ajuda dos nossos vizinhos”, agradeceu a presidente.
O Lar do Neném, fica na Madalena, zona Oeste da cidade. O lugar tem capacidade para abrigar 21 meninos e meninas de 0 a 3 anos, em situação de grave risco social ou abandono, promovendo a proteção integral dessas criança, facilitando a reintegração familiar e comunitária. A instituição acolhe uma média de 70 crianças/ano, cujos direitos foram violados ou estão ameaçados.
Entre os casos de crianças acolhidas está a criança abandonada em Casa Amarela, zona Norte do Recife, que tinha menos de dois meses quando foi deixada pela mãe, e agora está abrigada no Lar do Neném. A genitora quando encontrada falou que, apesar de não ter registrado, o nome da criança era para ser Esmeralda. Uma referência aos olhos da garota, que são claros. "Ela está muito bem acolhida e cuidada por todos nós do Lar do Neném. Ela ficará conosco até que um familiar apareça, ou seja colocada no Cadastro Nacional de Adoção", explicou a presidente do Lar do Neném