Polícia alagoana recupera R$ 117 mil roubados do Bradesco em PE

Delegado de Alagoas que comandou operação em que 11 suspeitos foram mortos diz ter certeza de que dinheiro foi roubado em Águas Belas, no Agreste pernambucano
Cidades
Publicado em 10/11/2018 às 8:18
Delegado de Alagoas que comandou operação em que 11 suspeitos foram mortos diz ter certeza de que dinheiro foi roubado em Águas Belas, no Agreste pernambucano Foto: Divulgação


Embora a Polícia Civil de Pernambuco informe ainda não ter certeza de que os 11 homens mortos anteontem em Alagoas, por policiais civis daquele Estado, tenham participado da explosão à Agência Bradesco de Águas Belas, no Agreste pernambucano, um dos delegados que comandou a operação assegura ter “certeza absoluta” disso. Diretor da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), Fábio Costa afirma que além de recuperar uma caminhonete utilizada na ação em Águas Belas, também há confirmação de que o dinheiro encontrado com o grupo (cerca de R$ 117 mil) é da agência. Pelo menos um pernambucano foi identificado entre os mortos, com os quais também foram apreendidos fuzis, escopetas calibre 12, pistolas, explosivos, munições, coletes à prova de balas e balaclavas.

Conforme o delegado, não houve nenhuma participação da Força-Tarefa Bancos de Pernambuco nem nas investigações nem no cerco aos suspeitos. “Era um grupo com atuação no Norte/Nordeste e vinha sendo investigado há meses pela Deic. Eles praticavam assaltos praticamente toda semana, às vezes mais de uma ação e em todas utilizavam reféns”, salientou.

Questionado sobre como se sentia diante da polêmica gerada com a morte de 11 suspeitos enquanto policiais teriam saído apenas com pequenas escoriações do confronto, o delegado respondeu: “Eu estou muito feliz por ter voltado para casa vivo. Esse grupo era extremamente perigoso, vinha aterrorizando a sociedade, recebeu nossa equipe com tiros de fuzil e temos muita sorte de estarmos vivos. Estou muito tranquilo”.

EXPLICAÇÕES

A Comissão de Direito Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil local encaminhou ofício ao secretário de segurança solicitando esclarecimentos sobre o “suposto confronto”, destacando preocupação com a divulgação de fotos e imagens chocantes pelas redes sociais. “Por meio destas, são criadas e especuladas várias hipóteses para o caso, além de demonstrar um verdadeiro desprezo pela vida humana”, diz o documento. A Polícia Civil de Alagoas nomeou uma comissão para investigar as circunstâncias da operação. Já a Associação do Servidores da Polícia Civil do Estado (Aspol) avisa que vai pedir concessão de elogio à equipe, considerando a ação “legítima” e a “excelência da investigação” da polícia alagoana.

A OPERAÇÃO

A Operação Cavalo de Troia aconteceu em Santana de Ipanema, no Sertão alagoano, em uma casa onde grupo teria se reunido após o ataque ao Bradesco, que ficou marcada por muitos tiros e sangue. Até às 20h de ontem, foram identificados entre os mortos André Luiz de Morais Lima, 30 anos, de Serra Talhada (PE), Adeildo de Souza Timóteo, 23, de Aracaju (SE); Adejane da Silva, 30, Carlos Alberto de Lima, 30, e Evandro Paula Lima Silva, 34, de Alagoas; José Gutemberg Nogueira Santos, 26; Francisco das Chagas Vieira de Barros, 32, e Cristiano Rômulo de Souza Rodrigues, 24, ainda sem identificação de origem.

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