Um ano depois de acidente na Tamarineira, mãe de babá pede justiça

Roseane estava grávida de três meses e morreu no local do acidente junto com a patroa e filho dela
Margarette Andrea
Publicado em 25/11/2018 às 8:22
Roseane estava grávida de três meses e morreu no local do acidente junto com a patroa e filho dela Foto: Reprodução


Um ano depois do acidente que aconteceu no bairro da Tamarineira, matando três pessoas e deixando duas gravemente feridas, a mãe da babá Roseane Maria de Brito, 23 anos, Severina Josefa da Conceição, ainda espera que o tempo lhe traga conforto, assim como o patrão da filha, o advogado Miguel Filho da Motta Silveira contou, em entrevista. Ela ficou com a guarda da pequena Valentina, de 4 anos, que ainda pergunta, diariamente, se a mãe não vai voltar. A dona de casa, que mora no distrito de Caueiras, em Aliança, na Zona da Mata, preferiu não dar entrevista. Por meio do advogado, Marcelo Pereira, afirmou que a dor ainda é muito grande, por isso prefere não falar, para não ficar lembrando.

“Ela está tentando seguir em frente, mas a perda é irreparável. Valentina está bem, está estudando (no jardim 3), mas sente muita falta de Roseane e não entende quando a avó diz que a mãe está no céu e não vai voltar”, relata o advogado. Como Miguel, Severina já falou várias vezes que espera que o responsável pelo acidente, João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, 24, seja condenado e continue preso, como está desde o dia do acidente, 26 de novembro de 2017.

“A Justiça já negou dois habeas corpus e um pedido de liberdade provisória. Nossa expectativa é que ele seja condenado à pena máxima, por três homicídios e duas tentativas de homicídio, triplamente qualificados”, afirma Marcelo. “No momento, é esse sentimento de justiça o mais importante, depois vamos tratar da reparação civil”.

A Justiça já emitiu sentença de pronúncia, reconhecendo o dolo eventual e a dupla tentativa de homicídio. “A defesa recorreu, pois tenta desqualificar o dolo e readequar o crime para homicídio culposo (quando não há intenção de matar), mas nós, da acusação, também nos manifestamos para que a sentença seja mantida. Queremos que esse caso crie um paradigma. Que em circunstâncias idênticas (de beber e dirigir) ninguém deverá ser processado por homicídio culposo, pois assumiu o risco de matar”, explica o advogado de Miguel Motta, André Caúla. Ainda não há data para o julgamento, sabe-se apenas que João Victor vai a júri popular.

ACIDENTE

O acidente aconteceu na esquina da Avenida Rosa e Silva com a Rua Cônego Barata, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, pouco depois das 19h, quando a família de Miguel voltava da casa dos pais dele para a residência da família, em Casa Forte. A perícia constatou que João Victor dirigia, alcoolizado, a 108 quilômetros por hora e avançou o sinal, atingindo o carro que Miguel conduzia a 30 quilômetros por hora.
A data de amanhã será marcada por uma missa na capela do Colégio Damas, nas Graças, às 19h30, em homenagem aos mortos.

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