Um laboratório vivo, onde o conhecimento científico advindo da academia vai se juntar à sabedoria do povo. Juntos para ajudar a diminuir os impactos das mudanças climáticas. Essa é a proposta do ClimateLab, iniciativa que será implementada pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) no bairro de Beberibe, Zona Norte do Recife.
O projeto é financiado pela União Europeia e está previsto para começar no início de o próximo ano. Envolve, no Brasil, mais duas universidades, as Católicas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (PUC-RS e PUC-SC). Instituições de ensino do México, Colômbia, Espanha, França, Bélgica e Itália também participarão com outros projetos.
A novidade foi anunciada nesta terça-feira (13) pelo reitor, padre Pedro Rubens, durante reunião do Fórum Pernambucano sobre Mudanças Climáticas, realizado no auditório G2 da Unicap, na Boa Vista, Centro da capital pernambucana. Um dos objetivos é capacitar pesquisadores, estudantes e outros membros da comunidade universitária como líderes que multipliquem as informações e as boas práticas de combate às mudanças climáticas. O projeto tem duração de três anos.
“Cada região do mundo vive os impactos das mudanças no clima de maneira diferente. A ideia do ClimateLab é ser um laboratório que aproveite o conhecimento científico e a experiência das pessoas da comunidade onde está inserido”, explica a coordenadora do projeto na Unicap, professora Cynthia Suassuna, que leciona no curso de direito. A proposta é dela e do professor Fábio José Pedrosa, do curso de engenharia ambiental.
O laboratório ficará no novo câmpus da Unicap em Beberibe. A universidade vai aproveitar um espaço que funcionava como retiro dos padres jesuítas. O local tem 12 hectares, com área verde preservada e um edifício de três pavimentos, capela, quadra de vôlei e campo de futebol.
A expectativa é beneficiar moradores do bairro e de comunidades vizinhas como Passarinho e Linha do Tiro, no Recife, e Águas Compridas, em Olinda.
Alunos de várias graduações, como engenharia civil, direito, psicologia, serviço social, medicina, enfermagem, engenharia ambiental e jornalismo, deverão participar.
“Vamos, por exemplo, ensinar às famílias que vivem próximas às barreiras, juntamente com os alunos de engenharia, a conviverem com ambiente de risco. Pretendemos esclarecer sobre direitos, aproveitando os estudantes de direito. Os de jornalismo poderão contribuir com ações para melhorar a comunicação. São várias ações no projeto”, informa Cynthia.