O velório da educadora e historiadora Marieta Borges, que morreu vítima de câncer nesse domingo (15), no Recife, foi marcado por depoimentos de quem conviveu com ela e pelas mais diversas expressões de gratidão pelo trabalho desenvolvido por Marieta. A cerimônia, que aconteceu na Igreja do Carmo, em Olinda, cidade onde Marieta nasceu, cresceu e tanto amou, foi concelebrada por vários sacerdotes, entre eles o frei Luiz, da Igreja do Carmo, o padre Caetano, da Igreja de Nossa Senhora da Piedade, pelo frei Sormani, provincial carmelitano de Pernambuco, e o Monsenhor Albérico. No fim da tarde, o corpo de Marieta Borges foi enterrado no Convento de São Francisco, em Olinda
O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, destacou a fé inabalável da cristã Marieta. "Era uma católica vibrante, uma cristã realmente muito consciente. Uma pessoa alegre, descontraída, muito comprometida com sua fé. Contribuiu muito com o desenvolvimento da igreja. Ela tem muito a ver com a reconquista da igreja aqui do Carmo. Falava muito em Dom Hélder e com certeza vai se encontrar com ele. Deixou um exemplo, um legado para todos nós", disse o religioso.
Filha da historiadora, a jornalista Maria Luiza Borges lembrou as paixões da mãe por Olinda e pelo Arquipélago de Fernando de Noronha. "Minha mãe teve duas grandes paixões. Primeiro por Olinda, depois por Fernando de Noronha. Ela dedicou sua vida a transformar, do ponto de vista cultural e histórico esses dois lugares e deixa uma legião de admiradores. Eu estou impressionada com quantidade de ex-alunos, de ex-colegas de trabalho e colegas da igreja que dizem que era impossível passar pela luz da minha mãe e não sair diferente do outro. Ela viveu para transformar pessoas e transformou muitas vidas", afirmou.
Maria Luiza falou também que sua mãe sempre se dedicou integralmente aos projetos que abraçava até vê-los concretizados, e disse que Marieta Borges deixa um grande legado. "Minha mãe nunca fez nada pela metade. Sempre que ela se jogou em uma causa, ela se jogava de corpo, de alma e coração e só parava quando a conquistava. De todas as lutas que ela entrava, ela só parava quando, finalmente, conseguia vencer", disse a jornalista. "Ela deixa muita energia e um grande legado para a gente. Uma grande responsabilidade para quem fica", completou.
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