O velório da fotógrafa Leandra Jennyfer da Silva, 22 anos, realizado na manhã desta segunda-feira (10), foi marcado não apenas pela dor dos amigos e familiares. Ela foi assassinada na madrugada do último domingo (9) e o suspeito do crime, o empresário Raphael Cordeiro Lopes, 32 anos, companheiro da vítima, enviou uma mensagem para o pai da vítima, por volta das 8h30, aumentando ainda mais a revolta das pessoas.
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A cerimônia foi realizada em um galpão, próximo à casa da família, no bairro do Prado, na Zona Oeste do Recife. Bastante emocionada, a mãe passou a maior parte do tempo ao lado do caixão da filha. Na mensagem, Raphael disse "estar arrependido do que fez" e que não espera ser perdoado. Ele pediu ainda que a avó cuidasse do neto, um bebê de um ano e meio, filho do casal.
“Você acabou com minha vida, Rafinha, e a de Jane. Você nem deixou minha filha criar o teu próprio filho”, desabafou. “Tu ainda fica online, tentando falar com a gente. Tu quer o que da gente? Tu é sacana”, respondeu o pai.
O empresário está foragido e o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo os pais de Leandra, o relacionamento nunca foi aprovado pela família dela. Eles revelaram também que o casamento era conturbado e marcado por brigas motivadas por ciúmes. De acordo com amigos de Raphael, ele sempre teve fama de agressivo.
Leandra Jennyfer da Silva e Raphael Cordeiro Lopes haviam voltado de uma prévia de Carnaval, que aconteceu em Olinda, no Grande Recife e iniciaram uma briga ao chegar em casa, na madrugada do domingo. Após agressões físicas, o homem disparou contra a companheira. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Os dois eram casados há quatro anos e tinham um filho de um ano e meio. Leandra também tinha um filho de um relacionamento anterior, de seis anos de idade.
Existe uma história para contar por trás de cada homicídio de mulher, em Pernambuco. O especial Uma Por Uma contou todas. Em 2018, o projeto mapeou onde as mataram, as motivações dos crimes, acompanhou as investigações e cobrou a punição dos culpados. Um banco de dados virtual, com os perfis das vítomas e agressores, além dos trágicos relatos que extrapolam a fotografia da cena do crime.