Já são 65 anos enchendo as ladeiras de Olinda de cor e frevo, brincando com os foliões nas ruas e resgatando o espírito dos Carnavais tradicionais. O Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda desfilou neste domingo (26) pelo Sítio Histórico e arrastou centenas de admiradores embalados pela clássica estrofe, que é hino da agremiação: “Ao som dos clarins de Momo, o povo aclama com todo ardor. O elefante exaltando as suas tradições e também seu esplendor”.
O Elefante contou com muita energia, mas também com muita luta dos organizadores para colocar o clube na rua, contou o presidente da agremiação, João da Silva Trindade. O incentivo financeiro foi abaixo do esperado, o que dificultou a organização conforme o planejado.
A agremiação desfilou à noite e as ruas mal iluminadas do Sítio Histórico ofuscaram o brilho das moças que desfilaram no abre-alas e o roteiro precisou ser mudado em função da dificuldade de passar por vias com maior concentração de foliões, como os Quatro Cantos e a Rua do Amparo.
Apesar dos contratempos, a cabeça de um elefante - marca da agremiação - encantou os foliões e os moradores da Cidade Alta, que aguardavam na porta da casa a passagem do desfile. A aposentada Maria Anunciada de Souza, 67, estava com o celular em punho para gravar a passagem do Elefante. “Vejo o clube desde pequena e acho tão bonito, não perco nenhum ano”, contou.
Os que perderam a passagem do vermelho e branco não precisam ficar tristes. É possível ver outras duas apresentações na Terça-Feira Gorda: na Praça 12 de Março, às 16h, em Olinda e no Polo Campo Grande, às 19h.
No polo infantil, montado na Praça do Carmo, pais e crianças aproveitavam os brinquedos e a sombra das árvores para brincar sem enfrentar o aperto das ladeiras. Um grupo de irmãs aproveitou o Domingo de Carnaval para levar os pequenos para folia.
Juliana Lucena levou a filha Maria Luiza Lucena, 2 anos, para brincar o Carnaval no polo infantil
“Aqui é muito tranquilo porque a gente brinca sem se preocupar. De tarde é a festa das crianças, mas daqui a pouco a gente volta para casa e vamos brincar o Carnaval dos adultos”, contou a técnica de enfermagem Cinthia Santiago, 32 anos.