Após os constantes casos de assalto nos trens do Metrô do Recife, 60 novos vigilantes terceirizados começaram a trabalhar nesta quarta-feira (16) para reforçar a segurança no modal. A movimentação de guardas e até mesmo da Polícia Militar era notável em algumas das estações, mas o sentimento de segurança não era unanimidade entre os passageiros, principalmente durante as viagens.
Embarcando na Linha Sul, que liga a estação Recife, no Centro, à de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, a servidora pública Flávia Jardim afirmou que a notícia dos novos guardas até trouxe mais tranquilidade, mas que ainda sente falta de ver os vigilantes dentro dos trens. “O que eles precisam é circular nos vagões já que os maiores assaltos acontecem dentro", sugere.
A falta de guardas dentro dos trens também foi um problema apontado pela turismóloga Rayssa Rafaela, que pega o metrô com frequência e presenciou um assalto na estação Joana Bezerra, na área central do Recife, no início do mês. Ela diz ter notado o aumento do policiamento nas estações com mais movimentação, mas ainda não se sente em segurança durante a viagem. “Deveria ter guardas dentro do metrô”, defende também.
O motorista Lúcio Roberto também notou o aumento dos seguranças e foi um dos poucos passageiros que disse se sentir mais aliviado, principalmente com a presença da Polícia Militar, nas estações. "Passa mais tranquilidade, mais segurança, acho que está melhorando”.
Em uma viagem da estação Recife a Cajueiro Seco foi possível notar que na maioria das estações (como Aeroporto, Shopping, Tancredo Neves e Largo da Paz) apenas dois seguranças faziam a vigilância do entra e sai nos trens. Por volta das 9h20 nenhum segurança guardava a plataforma da Imbiribeira. O efetivo policial e a movimentação de guardas era notável nas estações Joana Bezerra, Cajueiro Seco e Recife.
SEGURANÇAS DO METRÔ - Atualmente, cerca de 400 profissionais de segurança atuam no metrô, 105 deles concursados e todos os outros terceirizados da empresa BBC Vigilância. O investimento mensal na segurança é de R$ 1,5 milhão. Por dia, cerca de 400 mil pessoas usam o modal. Todos os seguranças do metrô auxiliam nas questões operacionais e de atendimento ao público; suas funções são diversas e vão desde o auxílio de pessoas que possam se acidentar durante a utilização do modal até retirar aqueles que estejam cometendo atos ilícitos dentro do sistema. Os guardas não devem agir de forma ostensiva, já que não têm porte de armas de fogo, contando apenas com cassetetes.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) está tentando pressionar o governo federal para nomear 150 profissionais de segurança aprovados no último concurso público, há dois anos. Porém, essa é uma iniciativa a longo prazo, já que eles ainda teriam que passar por treinamento. A curto prazo, a empresa espera estabeler um convênio com a Secretaria de Defesa Social (SDS).