As polêmicas que cercam a utilização do aplicativo Uber no Recife abrem espaço para discussões até então inéditas entre as questões de mobilidade. Mas, o debate da vez é diferente e expõe o ponto de vista dos clientes dessa nova plataforma, tratando sobre a suposta preferência de alguns motoristas de que os passageiros sentem-se no banco da frente ao invés de sentarem no banco traseiro. A alegação dos usuários do aplicativo é de que os motoristas preferem essa prática para inibir e até mesmo ludibriar quaisquer fiscalizações exercidas pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).
A estudante Jéssika Estrela foi uma das que viveu essa situação. "Assim que entrei no carro do Uber, o motorista educadamente me chamou pelo nome e perguntou se havia a possibilidade de eu sentar na frente. Não questionei e fui. Ao me sentar, ele pediu desculpas e explicou que a CTTU estava parando os carros e multando quem não fosse taxista e estivesse conduzindo veículos com passageiros", relatou.
Em resposta, a CTTU informou que não realiza fiscalização específica para carros vinculados ao Uber. Leia a nota na íntegra:
"A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) informa que mantém constante fiscalização contra o transporte remunerado irregular de passageiros, seja através de táxis de outros municípios operando na capital, vans de transporte escolar irregulares ou até de carros particulares atuando como táxis, uma vez que a Lei Federal 12.468/2011 determina em seu artigo 2º que “É atividade exclusiva dos profissionais taxistas a utilização de veículo automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte público individual remunerado de passageiros, cuja capacidade será de, no máximo, 7 (sete) passageiros". Portanto, quem descumprir a lei, estará passível de sofrer as penalidades como apreensão do veículo e multa de R$ 4.322,18. A CTTU também informa que não direciona as fiscalizações especificamente ao Uber, uma vez que é parte das atividades rotineiras da Companhia realizar ações que coíbam infrações às leis de tráfego, como o transporte remunerado irregular de passageiros, por exemplo".