Os metroviários realizarão uma paralisação de 48h nos dias 14 e 15 de setembro. A decisão foi tomada na noite desta terça-feira (5) durante uma assembleia da categoria, realizada na praça em frente à Estação Central do Recife, bairro de São José, área central da capital pernambucana. Os trabalhadores cobram mais segurança e criticam falta de investimento no Metrô do Recife e a política de arrocho salarial.
A categoria, que já estava em estado de greve há cerca de três meses, afirmou que a paralisação é necessária para mostrar o descontentamento dos metroviários com a política de privatização do sistema. "O sentimento da categoria era de fazer greve por tempo indeterminado, mas os trabalhadores querem dar a oportunidade da empresa se posicionar com propostas concretas", disse Levi Arruda, diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Metroviários e Conexos de Pernambuco (Sindmetro-PE).
"Não se trata de aumento salarial. Essa pauta já seguiu para dissídio no TST [Tribunal Superior do Trabalho], até porque a empresa ofereceu aumento de 0%. O que está em pauta agora é o completo desmonte do sistema metroviário. Essa situação de insegurança, trens lotados. A situação é de estresse e medo, tanto da população como dos trabalhadores", explicou Levi Arruda.
"Um metrô esquecido. Ainda esquecido. Que sofre para se manter em operação. Que pena para manter o sonho de crescer um dia. De se expandir. Um sistema forte e capaz de muito, mas que continua sendo renegado pela cidade, pelas gestões políticas e administrativas. Essa é a situação do metrô do Recife, um sistema com 32 anos de vida, de importância para o setor transportando 400 mil passageiros, em média, por dia, e que corta as regiões Sul e Oeste da Região Metropolitana do Recife."