atualizada às 12h
O aumento tarifário do metrô de cinco capitais, administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), nesta sexta-feira (11), virou motivo de manifestação no Recife. Na capital pernambucana, que teve acréscimo de 90% no valor das passagens, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro), Frente de Luta pelo Transporte Público de Pernambuco, ambulantes e movimentos estudantis protestaram no Centro do Recife, na manhã desta sexta.
Previsto para acontecer às 9h, os movimentos se concentraram na estação central do sistema, o qual entregaram panfletos e fizeram discurso em assembleia para os passageiros do metrô. A manifestação seguiu em passeata para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), pela Rua da Aurora, na Boa Vista. Lá, os manifestantes esperavam colher assinaturas dos deputados para dar início à CPI do transporte público - encabeçada pela deputada Teresa Leitão (PT) -, mas não há expediente parlamentar na casa nas sextas-feiras.
As organizações presentes no ato explicam que o reajuste não é equivalente ao serviço prestado, em que, segundo eles, os usuários vão sair perdendo. "Estamos fazendo o protesto, porque o aumento não é condizente com a realidade da estrutura do sistema, que é sucateado", explica o integrante da Frente de Luta pelo Transporte Público, Márcio Morais.
O presidente do Sindmetro, Getúlio Basílio, alinha-se ao pensamento de Márcio. Ele ressalta que há um desmonte de empresas estatais por parte do governo federal e, que o reajuste tarifário faz parte disso. "desde o início do ano, esperamos a recomposição do custeio anual e não há garantia de que, com o reajuste, isso vá acontecer. Então,o serviço ao usuário vai ser mantido - precário e ineficiente - como é até agora", conta.
O diretor de comunicação do sindicato, Levi Arruda, ressalta que o metrô não tem melhorias. “Não temos garantia de melhorias para o sistema, para o usuário e para as condições de trabalho. Os efeitos deste aumento só serão sentidos em 2019.” Para o sindicato e a FLTP, o aumento da passagem é uma estratégia para a privatização do sistema. Por isso, as organizações vão às ruas hoje. Além disso, a Frente de Luta entrará com ação na Justiça Federal para tentar barrar o aumento.