Mais de um ano após a aquisição de 1,3 mil câmeras de videomonitoramento pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), as estações do Grande Recife finalmente estão com os equipamentos em pleno funcionamento. A expectativa é oferecer mais segurança aos 400 mil pernambucanos que utilizam o metrô do Recife diariamente. Além disso, a CBTU aposta na tecnologia para coibir atos de vandalismo nas plataformas e, assim, reduzir gastos.
O investimento foi de R$ 9 milhões. As 1.380 câmeras, compradas em julho do ano passado, começaram a ser instaladas nas linhas Centro e Sul em outubro de 2017. O processo terminou em agosto último. Agora, os seguranças estão em fase de treinamento, para aprenderem a utilizar todas as funções disponibilizadas pelos equipamentos.
“O sistema tem vários tipos de alerta. Realiza reconhecimento facial e é capaz de emitir alerta caso uma pessoa invada áreas restritas, por exemplo. São muitas possibilidades, muitas ferramentas que precisam ser exploradas. O momento é de se familiarizar com a tecnologia”, argumenta Leonardo Villar Beltrão, superintendente regional da CBTU Recife. O treinamento iniciou há uma semana e tem duração de um mês.
As câmeras funcionam sob quaisquer condições de luminosidade, até mesmo em pontos onde há baixíssima incidência de luz. As imagens coloridas serão monitoradas por uma equipe a partir de uma central de videomonitoramento, localizada na sede da empresa, no bairro de Areias, Zona Oeste da capital pernambucana. A CBTU não informou quantos agentes trabalharão nessa unidade, mas garantiu que ela funcionará 24 horas por dia.
Aprovada pela maioria dos usuários, a instalação dos equipamentos ainda é vistas com descrença por outros passageiros do metrô. É o caso da tesoureira Salete Paiva, de 42 anos. “Não acredito, sinceramente, que as câmeras irão intimidar alguém que esteja roubando ou praticando atos de vandalismo nas estações. Elas podem, sim, ajudar na identificação, mas a segurança presencial e o policiamento são fundamentais.”
O superintendente do metrô garante que, de outubro do ano passado para cá, quando os equipamentos começaram a funcionar, os resultados têm aparecido. “Já enviamos as imagens do circuito de segurança para a polícia, que identificou pessoas que cometiam delitos na plataforma. Com o software de reconhecimento, o sistema tem a capacidade de avisar caso esses suspeitos apareçam novamente. Assim, os seguranças podem retirá-los”, explica Beltrão.
Em abril, o metrô do Recife teve redução no quadro de segurança. Por decisão judicial, o contrato dos seguranças terceirizados não-armados não pôde ser renovado. Assim, o sistema passou a contar com 44 homens a menos por turno para inibir práticas criminosas.