Criminalidade cai na Entrapulso, mas falta estrutura

Em vez de ficar conhecidos pela violência do passado, moradores falam da queda dos índices de roubos, assaltos, tráfico de drogas e, principalmente, homicídios
Do JC Online
Publicado em 24/09/2012 às 7:14


Faltam saneamento e pavimentação em quase toda a Entrapulso. Moradores reclamam também da ausência de apoio do poder público. Afirmam nunca ter sido beneficiados, por exemplo, por obras do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC). Mas hoje, podem comemorar números importantes. Em vez de ficar conhecidos pela violência do passado, falam da queda dos índices de roubos, assaltos, tráfico de drogas e, principalmente, homicídios.

O tenente-coronel João Neto, comandante do 19º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela área, confirma. “Realmente, houve uma queda no índice de crimes. Não lembro quando foi o último homicídio lá”, registrou o comandante. Os comerciantes são os mais empolgados quando falam no assunto. “Não temos mais grades há muito tempo”, lembrou Ivanildo Tributino, dono de um bar na comunidade há 32 anos.

Morando na Entrapulso há 25 anos, Lot Bernardino tem orgulho de falar sobre o assunto. “Estamos há um ano e seis meses sem assassinatos na comunidade.” “Hoje, as pessoas vivem de maneira tranquila por aqui. Moradores têm orgulho de viver aqui”, disse. Para ele, o investimento maior deve ser na educação. “Temos gente formada e bem preparada, inclusive com curso superior. Mas os projetos de inclusão dos moradores são superficiais”, explicou Lot. “Nossa maior batalha agora é para que todos os jovens estudem aqui. Queremos ajuda para construir mais escolas. Encher as salas para esvaziar os presídios”, falou.

Nascida na comunidade e formada em pedagogia administrativa, Flávia Machado Pereira, 28, pretende terminar uma especialização no ano que vem. Está desempregada. “O que me ofereceram depois de participar de um projeto de inclusão aqui foi para serviços-gerais. Não reclamo, mas tenho qualificação para um trabalho melhor”, disse. “Continuo batalhando”.

O Shopping Center Recife, vizinho da comunidade, inaugurou há dois anos o Instituto Shopping, dentro da Entrapulso. Lá, os moradores fazem cursos em várias áreas e podem contar também com uma biblioteca. Iniciativa pode ser uma luz no fim do túnel.

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