Casarão secular da Várzea em ruínas

Antiga sede do primeiro hospital odontológico do Recife, encontra-se deteriorado e vândalos furtaram portas e janelas
Do JC Online
Publicado em 21/11/2014 às 8:00
Foto: Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem


Um prédio histórico, onde funcionou o Hospital Magitot, localizado na Praça Pinto Dâmaso, na Várzea, Zona Oeste do Recife, cinco décadas atrás, está abandonado. Local do primeiro hospital odontológico da América do Sul, o casarão secular vem perdendo sua identidade, com o furto de portas, janelas e grades. O amplo quintal virou pasto para quatro cavalos, enquanto um dos cômodos foi transformado em cocheira. Mato e lixo tomam conta do espaço, que também está sendo usado para consumo de drogas.

De estilo romântico, o casarão foi cogitado para ser transformado em um Imóvel Especial de Preservação (IEP) nos anos 90, o que não aconteceu até o momento. A deterioração é tanta que somente as paredes estão de pé. O piso afundou e deu espaço para vegetação. O telhado não existe mais. Poucas janelas ainda resistem ao sol e à chuva, embora estejam enferrujadas. As portas desapareceram. Do que era o hospital existe apenas uma placa, numa das laterais do casarão, e que informa o seu uso: “Hospital Magitot. Clínica especializada em cirurgia buco-maxilo-facial. Doenças da boca e anexos”.

Moradores e comerciantes do bairro cobram providências da Prefeitura do Recife. “Esse casarão é uma relíquia e faz parte da história da Várzea. Quando o prefeito Geraldo Julio assumiu, ele prometeu que iria restaurar o prédio e transformá-lo em um mercado público. Até agora, infelizmente, nada foi feito”, afirma o cabeleireiro Marcos José Gomes, 51 anos, que passou a infância no lugar, pois seu avô era o caseiro do hospital.

“É uma tristeza ver um prédio tão bonito chegar a uma situação dessas. Deveriam fazer alguma coisa antes que não dê tempo para aproveitar o que resta dele”, destaca a comerciante Teresa Lapa, que mora em frente à antiga unidade de saúde. A família de Tereza reside no bairro há mais de cem anos.
Arquiteta e professora da Universidade Federal de Pernambuco, Terezinha Pereira critica a situação do prédio.

“Lamento que o casarão esteja abandonado. Enquanto a comunidade da Várzea reconhece a importância do prédio para a cidade, o mesmo não acontece com o poder público. Deveria haver uma proteção oficial. É um desserviço para o patrimônio”, destaca Terezinha. Sete anos atrás, ela realizou um trabalho com alunos do curso de arquitetura no qual foram sugeridas intervenções para o prédio. Uma das propostas foi a implantação de um centro da juventude.

A reforma do antigo Hospital Magitot será prioridade da gestão municipal no próximo ano, garante o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga. A ideia da prefeitura é transformar o prédio em um mercado público. “Tivemos dificuldades orçamentárias este ano. Por isso, projetos que estavam previstos tiveram que ser adiados para 2015. Um deles é a reforma do casarão da Várzea, onde pretendemos criar um mercado e tirar os comerciantes do entorno da praça”, explica João Braga.

Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Prédio secular na Várzea está completamente deteriorado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

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Prefeitura do Recife Casarão da Várzea patrimônio
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