Os Doutores da Alegria fizeram a festa no Hospital da Restauração (HR), no Derby, região Central do Recife, na manhã desta quarta-feira (17). Diferente das visitas sistemáticas ao longo do ano, restritas ao setor pediátrico, o projeto São Joãozinho leva o forró para as outras alas do hospital e arranca sorrisos de toda a equipe. A trupe finaliza as comemorações juninas nesta sexta-feira (19), no Hospital Otávio de Freitas, às 10h. Os Doutores da Alegria são mantidos por doações, que são recebidas pelo site www.doutoresdaalegria.org.br, onde também podem ser adquiridos produtos da ONG.
Seis doutores participam do cortejo. Além do noivo e da noiva, um Santo Antônio acompanha o arraial que tem direito a casamento e quadrilha improvisada. A música é garantida pelo "Trio Porta Soro", com zabumba, triângulo e sanfona. No repertório, clássicos juninos e muito forró pé-de-serra. "Quando começamos a ensaiar, revemos o repertório e selecionamos as músicas mais lúdicas para cantar para os pacientes", comenta Marcelo Oliveira, conhecido nos hospitais como Dr. Marmelo. "É um satisfação enorme trazer o São João para essas crianças. Algumas estão internadas a muito tempo e não vão poder brincar na festa. E a nossa alegria atinge desde o paciente, até médicos, técnicos, enfermeiros", garante.
A iniciativa tem repercussão positiva no tratamento dos pacientes. "A hospitalização é um momento muito difícil, principalmente para as crianças que saem do mundo delas para um quarto branco estranho, onde só chega gente para furar e dar remédio. Os Doutores vêm com outra intenção, para sorrir, soltar piadas, cantar", ressalta a pediatra Márcia Jaqueline. "Essa humanização deixa os pacientes e os acompanhantes mais tranquilos e relaxados, o que tem repercussão positiva no tratamento", finaliza. Antes mesmo do início da ação, Joaquim Gabriel do Nascimento, de apenas 2 anos, já esperava a trupe. "Ele sempre fica assim, se estiver dormindo, pula da cama para ver os palhaços", diz a mãe Maria José Nascimento. Joaquim tem atresia de esôfago, uma má formação que obriga ele a retornar ao hospital a cada 15 dias. Maria se emociona ao falar da iniciativa dos Doutores: "é muito bom porque as crianças aqui passam por muito sofrimento. Eu fico muito feliz em ver ele alegre".