Quase um ano depois de lançar edital para requalificar 10,9 quilômetros de calçadas em 12 ruas e avenidas da cidade, a Prefeitura do Recife ainda não conseguiu concluir a obra em nenhuma das vias. O serviço está em andamento desde março na Avenida Forte do Arraial Novo do Bom Jesus e na Rua Carlos Gomes, na Zona Oeste. A previsão é de que a primeira seja entregue em agosto e a outra em setembro. E esse é só o primeiro de dez lotes anunciados para contemplar 114 ruas e 12 largos, em um total de 134 quilômetros de calçadas e mais 56,3 mil metros quadrados de largos. Uma promessa já anunciada em 2013.
Se o município mantivesse esse ritmo (duas vias por ano), somente a execução do primeiro lote levaria em torno de seis anos. A obra completa já passaria para 73 anos. Mas a Autarquia de Urbanização do Recife (URB) garante que haverá agilização do processo. E dá nova data para lançar edital para o segundo lote: 2 de agosto – a previsão anterior era até o final do ano passado.
“Não conseguimos fazer tudo na velocidade que desejamos, não é uma obra simples. É preciso aprovação dos projetos na Caixa Econômica Federal (CEF), licitação, ajustes e as chuvas atrapalharam muito. Sem falar que cada via tem um projeto específico. Mas vamos resgatar o atraso, temos pressa e a ideia é licitarmos até o lote três ainda este ano”, afirma o presidente da URB, João Alberto Faria.
O lote 2 abrange 9,5 quilômetros e inclui as Avenidas Rosa e Silva, Rui Barbosa, João de Barros, Suassuna e Ruas Amélia e do Príncipe, entre a Zona Norte e a área central. O gestor explica que o lote passou por uma mudança de formato. “No primeiro, as ruas estavam mais espalhadas. Mudamos o segundo para dar um sentido de circuito, de continuidade no caminhar”.
R$ 105,3 milhões estão assegurados para os serviços, sendo R$ 100 milhões da União e R$ 5,3 milhões de contrapartida do município. Só no primeiro lote estão sendo investidos R$ 8,9 milhões. Entre as 12 vias a serem contempladas no lote 1, mais três vão entrar em obras em agosto próximo, segundo o gestor: a Rua Arquiteto Luiz Nunes, na Imbiribeira (Zona Sul), a Rua Barão de Souza Leão, em Boa Viagem (Zona Sul) e a Rua Augusto Calheiros, em Afogados (Zona Oeste).
Ainda ficam faltando a Avenida Oliveira Lima (Soledade); Avenida Mário Melo (Santo Amaro); Ruas do Riachuelo, dos Coelhos e João Lira (Boa Vista); Rua Santos Araújo (Afogados) e a Avenida Maria Irene (Jordão). “Vamos abrindo as frentes de serviço aos poucos. Mas não há risco de perdermos os recursos nem de precisarmos aumentar os investimentos, pois o contrato está dentro do prazo”, salienta João Alberto.
Na Avenida do Forte, boa parte do serviço já foi concluída. Há trechos que dependem de obras de esgotamento, devido a ligações clandestinas na rede. “Pararam aqui na frente porque o esgoto está entupido. É um transtorno, ainda mais quando chove. Mas vai ficar muito bom quando concluírem”, declara o comerciante Eduardo Santana, 35 anos.
Morador da via há 54 anos, Amilton Amaral, 56, comemora o resultado em frente ao seu imóvel. “Ficou ótimo. Ainda tem carro que quer estacionar na calçada, mas eu não deixo”. Cadeirante, Pedro Paulo Santiago, 26, revela que há três meses não ia ao dentista por causa das más condições da calçada. Situação que permanece em vias como a movimentada Rua do Riachuelo. “Quando chove, a água cobre os buracos e a gente tropeça. Precisam tomar providências”, cobra a dona de casa Damiana da Silva, 53.