Exames de imagem ajudam a fechar o diagnóstico do câncer de próstata

Ressonância magnética também pode ser recomendada para definir o tratamento do tumor
Cinthya Leite
Publicado em 09/11/2016 às 11:34
Ressonância magnética também pode ser recomendada para definir o tratamento do tumor Foto: Foto: André Nery/JC Imagem


Para os casos em que há suspeita de câncer de próstata, os exames de imagem podem ajudar o urologista a fechar o diagnóstico. Geralmente são solicitados quando alterações são encontradas no toque retal e/ou na dosagem do PSA (sigla para antígeno prostático específico, uma substância produzida pelas células da próstata). “Essas condições podem dar indícios da doença. Por isso, solicita-se a realização de uma biópsia da próstata com o auxílio da ultrassonografia transretal”, informa o urologista Misael Wanderley Júnior, chefe do setor de urologia do Hospital Esperança Recife, no bairro da Ilha do Leite, área central da cidade. 

O detalhe é que, em alguns casos, o resultado da biópsia pode ser negativa para o câncer e, ainda assim, o PSA se mantém alterado. “São situações em que a suspeita do tumor persiste. Então, pode ser solicitada uma ressonância magnética para detectar áreas da próstata que não foram identificadas por outros métodos diagnósticos”, esclarece o médico radiologista Lucilo Maranhão Neto. 

"Ressonância magnética pode ser solicitada antes da biópsia", diz Lucilo Maranhão Neto (Foto: André Nery/JC Imagem)

Segundo Lucilo Maranhão Neto, existe atualmente uma tendência de os urologistas, antes de solicitarem a biópsia guiada por ultrassonografia, pedirem uma ressonância magnética, que tem se tornado mais sensível e específica para localizar e identificar uma lesão na próstata. “É um exame de imagem complementar que vai sinalizar a área mais precisa para se fazer a biópsia e, dessa maneira, evita-se que o paciente seja submetido a um número desnecessário desse procedimento guiado por ultrassom”, explica Lucilo.

EXTENSÃO DA DOENÇA 

Outro diferencial é que a ressonância magnética, além de possibilitar uma avaliação detalhada da próstata, pode detectar se o tumor está localizado na glândula ou se já espalhou, passando a afetar outros órgãos.

“É o método mais sensível para avaliar a extensão da doença além da cápsula prostática, que é o reparo anatômico em volta da glândula. Dessa forma, é possível ver se o câncer ultrapassou ou não essa região”, frisa o radiologista. Esse resultado é importante para se indicar a cirurgia, como a prostatectomia radical (visa a cura da doença e é realizada geralmente quando o tumor está contido na glândula), ou outro tipo de tratamento, o que pode incluir radio ou hormonioterapia. 

"Como o meu PSA deu alterado, o urologista solicitou a biópsia", conta o cirurgião-dentista aposentado Cândido Wanderley Carneiro (Foto: André Nery/JC Imagem)

O cirurgião-dentista aposentado Cândido Wanderley Carneiro, 76 anos, submeteu-se ontem a uma biópsia da próstata pela segunda vez. “Como o meu PSA deu alterado, o urologista solicitou o exame. Da primeira vez, a biópsia acusou nada. Isso já tem uns anos. Realizei novamente o procedimento porque o médico achou mais adequado, embora seja uma conduta que, na minha idade, nem precise ser realizada em alguns casos. Mas sempre faço um check-up”, conta Cândido, que não abre mãos dos cuidados com a saúde. 

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